A ELEVAÇÃO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS EXPORTADOS PELO BRASIL BEM ACIMA DOS PREÇOS DAS IMPORTAÇÕES GEROU GANHO AO PAÍS DE U$ 59,8 BILHÕES (O EQUIVALENTE A R$115,2 BILHÕES) ENTRE JANEIRO DE 2006 E JUNHO DE 2010, SEGUNDO ESTUDO ELABORADO PELO DEPARTAMENTO DE PESQUISA E ESTUDOS ECONÔMICO DO BRADESCO (DEPEC).
ESSE MONTANTE EQUIVALE A CERCA DE 10 VEZES O TAMANHO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA , DO GOVERNO FEDERAL, E REPRESENTA APROXIMADAMENTE 28% DO CRESCIMENTO DE TODAS AS RESERVAS INTERNACIONAIS ACUMULADAS PELO BRASIL DESDE 2006 ATÉ O PRIMEIRO SEMESTRE DESTE ANO.
ENTRE JANEIRO DE 2006 E JUNHO DE 2010, O PREÇO TOTAL DAS EXPORTAÇÕES DO PAÍS TEVE UMA ALTA DE 54,3%, ENQUANTO AS IMPORTAÇÕES APRESENTARAM UMA ELEVAÇÃO DE 28,4%. ENTRE OS SEGMENTOS DA PAUTA DE EXPORTAÇÃO, O DE PRODUTOS BÁSICOS ACUMULA VARIAÇÃO DE PREÇO FAVORÁVEL NO PERÍODO, COM ALTA DE 68,9%, BENEFICIADO PELOS ELEVADOS REAJUSTES DO MINÉRIO DE FERRO. JÁ COM AS IMPORTAÇÕES, AS MAIORES ELEVAÇÕES DE PREÇOS FORAM REGISTRADAS NO SEGMENTO DE COMBUSTÍVEIS E DERIVADOS (CARVÃO MINERAL E GÁS NATURAL), COM ALTA DE 52,9%¨, E NO DE BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS, QUE APRESENTOU ELEVAÇÃO DE 50,3% NO PERÍODO.
DE ACORDO COM O ESTUDO DO DEPEC, ESSE GANHO ACUMULADO EM 4 ANOS E MEIO EQUIVALENTE A 4,3% DO PIB DO BRASIL, SÓ FOI POSSÍVEL, PRINCIPALMENTE, PELO ATUAL PERFIL DA ECONOMIA MUNDIAL. " O CRESCIMENTO ROBUSTO DAS ECONOMIAS EMERGENTES TEM SUSTENTADO OS PREÇOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS. JÁ AS ECONOMIAS DESENVOLVIDAS ESTÃO COM ELEVADA CAPACIDADE OCIOSA E DIFICULDADE DE AMPLIAR AS MARGENS, COM REFLEXO EM PREÇOS DEPRIMIDOS NAS IMPORTAÇÕES DESTINADAS AO BRASIL". CITA O RELATÓRIO.
CRISE ECONÔMICA
ESSE MOVIMENTO FICOU AINDA MAIS EVIDENTE APÓS A CRISE ECONÔMICA MUNDIA DE 2008, QUE TEVE FORTE IMPACTO NAS ECONOMIAS DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E ACENTUOU AS QUEDAS DOS PREÇOS NOS PRODUTOS IMPORTADOS PELAS NAÇÕES EMERGENTES. ALÉM DISSO A VALORIZAÇÃO DO REAL FRENTE AO DÓLAR, NO CASO DO BRASIL, TAMBÉM FAVORECEU A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS COM PREÇOS MAIS DEPRECIADOS.
NA AVALIAÇÃO DOS ECONOMISTAS DO DEPEC, OS PAÍSES CONSIDERADOS EMERGENTES ACUMULARAM DURANTE MUITOS ANOS DEFICITS EM TERMOS DE TROCAS COMERCIAIS COM AS NAÇÕES MAIS DESENVOLVIDAS. MAS ESSA RELAÇÃO MUDOU DRASTICAMENTE EM 2004, APÓS A CHINA TER SE TORNADO UMA DAS CINCO MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO.
O PAÍS É UM GRANDE EXPORTADOR PARA O MUNDO DESENVOLVIDO E UM GRANDE IMPORTADOR DE PRODUTOS BÁSICOS DOS EMERGENTES. "DESDE QUE HOUVE O EFEITO CHINA, A LÓGICA DO COMÉRCIO ENTRE AS NAÇÕES SE INVERTEU E ESSE QUADRO É POSITIVO PARA OS PAÍSES EMERGENTES COMO O BRASIL", SEGUNDO O DEPEC.
CENÁRIO RELEVANTE
ESSA COMBINAÇÃO DE CENÁRIO, SEGUNDO O ESTUDO, É RELEVANTE PARA O BRASIL, JÁ QUE O PAÍS PRECISA IMPORTAR BENS DE CAPITAL (MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA AMPLIAR A PRODUÇÃO), PARA ATENDER O MERCADO CONSUMIDOR DOMÉSTICO, EVITANDO A DETERIORAÇÃO DA INFLAÇÃO. DE ACORDO COM OS ESTUDOS, OS GANHOS COM AS EXPORTAÇÕES TAMBÉM PERMITEM QUE O BRASIL CRESÇA SEM QUE O ALTO DEFICIT EXTERNO SE TORNE AINDA MAIS ELEVADO E ACABE RESTRINGINDO A EXPANSÃO DA ECONOMIA.
" O DEFICIT EM TRANSAÇÕES COMERCIAIS NO PERÍODO FOI DE U$56 BILHÕES . CASO NÃO HOUVESSE ESSE GANHO COM AS EXPORTAÇÕES, ESSE VALOR PODERIA TER ALCANÇADO U$110 BILHÕES", SEGUNDO O DEPEC.
"NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS, OS PAÍSES EMERGENTES DEVEM LIDERAR O CRESCIMENTO MUNDIAL, COM MAIS GANHOS NO COMÉRCIO ENTRE OS PRÓPRIOS EMERGENTES. MAS ESSE CENÁRIO PODE SE ALTERAR CASO OCORRA UMA FORTE DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL", AFIRMOU O DEPEC.
OS EMERGENTES ESTÃO REELABORANDO A DIT (DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO)? PODEREMOS SER VÍTIMAS DE UMA NOVA "SUPER PRODUÇÃO"? OS EMERGENTES VÃO CONSUMIR E POLUIR MAIS QUE OS PAÍSES CENTRAIS? FINALMENTE VAMOS DERROTAR A AGENDA NEOLIBERAL DO PLANETA? POST E COMENTE A RESPEITO DA TEMÁTICA! 22/08/10
2 comentários:
Não sei exatamente até que ponto cairemos nos mesmos erros dos nossos amigos mais ricos ao invés de aprender com eles, mas a probabilidade não é pequena, certo? Espero que sejamos espertos o suficiente. Ou pelo menos que os que, digamos, cuidam dessa parte, o sejam.
Não sei exatamente, também, até que ponto eu estou raciocinando direito ou me tornei mais uma chata que ainda se impressiona com a miséria alheia... Não fazemos parte ainda de um país que tem gente que não tem o que comer, onde morar, que não sabe nem ler nem que escrever? Que esses números gigantescos e toda essa animada espectativa de crescimento estão fazedo nas estatísticas econômicas do nosso querido Brasil?
Não quero dizer com isso que desaprovo nossa evolução, principalmente no âmbito internacional que é chave para outras tantas, é só aquela questão de contraste que persegue a história de nosso povo.
O CRECIMENTO DA ECONOMIA NÃO TEM QUE PENALIZAR O SOCIAL. ESTAMOS TENTANDO EQUACIONAR A QUESTÃO, ENTRETANTO É QUASE CERTO QUE ALGUNS FICARÃO PELO CAMINHO. AFINAL O SISTEMA É CAPITALISTA!
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