Petrobras bate mínima desde 2008; o que acontece com a empresa?

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As ações da Petrobras (PETR3PETR4) não estão vivendo um bom momento, com queda superior a 10% no primeiro mês de 2014.
Isso levou as ações ordinárias para os R$ 13,75 --com queda de 1,93% nesta quarta-feira (29)--, mínima desde 8 de julho de 2013. Já as preferenciais bateram os R$ 14,80 após a queda de 1,66%, o suficiente para levar esse ativo para a mínima desde 5 de dezembro de 2008. 
Há uma visão generalizada de que a empresa está em apuros financeiros, o que já lhe obrigou a iniciar um programa de demissão voluntária e leiloar sondas antigaspara levantar dinheiro e conseguir cumprir as suas metas de produção.
Recentemente, a Halliburton, uma das maiores fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo e gás, criticou a empresa, trazendo perspectivas negativas.
"Os níveis de atividade de perfuração em águas profundas do Brasil estão abaixo das expectativas e se espera que sejam ainda piores durante 2014. Todo o setor de serviços no Brasil está esperando um alívio", disse o CEO da empresa, David Lesar, em uma teleconferência. Lesar estava mencionando a desaceleração nos investimentos da estatal, principal fonte de entrada de dinheiro no setor.
No exterior, a credibilidade da Petrobras se deteriora com a percepção de que ela vai, eventualmente, ver sua produção diminuir pela falta de perfurações, para compensar as perdas causadas pelos subsídios ao combustível no Brasil.
Com isso, a diferença entre os preços dos ativos da Petrobras e de suas rivais, EcoPetrol e Pemex, só se eleva, conforme investidores estrangeiros vendem as ações em um sell-off que levou a Bolsa para patamares mínimos de um ano. 
O centro disso tudo é a política de preços da empresa, criticadíssima pelo mercado. Visando segurar a inflação, o governo vem mantendo artificialmente o preço da gasolina e diesel baixo --e, já que precisa de importar derivados para cumprir a demanda, vem amargando perdas que já somaram R$ 35 bilhões.
Maria das Graças Foster, presidente da estatal, tentou criar um mecanismo de reajuste automático, mas este foi "aprovado com alterações" em um dos momentos mais obscuros da história da estatal. 
Para concluir o inferno astral, a empresa registrou um vazamento de petróleo, gás natural e de sulfeto de hidrogênio em uma das suas plataformas no dia 21 de janeiro, disse o sindicato dos petroleiros.
O vazamento na plataforma P-7, no campo Bicudo, na bacia de Campos, a nordeste do Rio de Janeiro, aconteceu quando os trabalhadores estavam testando um poço ligado à plataforma. Com a pressão, seis parafusos de um medidor de calibração foram arremessados, afirmou o sindicato. Os trabalhadores levaram 30 minutos para controlar o vazamento, de acordo com o Sindipetro Norte-Fluminense. 
Petrobras, uma história de acertos e erros. Post e comente a temática! 30/01/14.

Área equivalente à do Brasil pode estar degradada até 2050, alerta Pnuma

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Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta que o mundo pode ter 849 milhões de hectares, uma área equivalente ao território do Brasil, degradados até 2050 se os padrões atuais de uso da terra forem mantidos. Segundo o estudo, a necessidade de produzir alimentos para uma população global em crescimento levou a agricultura a ocupar 30% das terras do mundo, o que resultou em degradação e perda de biodiversidade em 23% dos solos. Entre 1961 e 2007, as terras cultiváveis tiveram expansão de 11%, e o percentual continua a crescer, diz o documento.

O relatório Avaliação do Uso Global da Terra: Equilibrando o Consumo com a Oferta Sustentável (em tradução livre), produzido pelo Painel Internacional de Recursos com a participação de 27 cientistas e 33 representantes de governos, foi divulgado hoje (24) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

De acordo com o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, as conclusões do relatório mostram "declínio acentuado nos ecossistemas terrestres nas últimas décadas". Florestas e outros biomas foram convertidos em terras para cultivo a um custo que não é sustentável, acrescentou.

"Como a terra é um recurso limitado, precisamos nos tornar mais eficientes na forma de produzir e consumir. As recomendações do relatório devem alertar líderes e contribuir para as discussões sobre o uso sustentável de recursos, incluindo novas metas para o desenvolvimento sustentável pós-2015", disse Steiner.

Segundo o Pnuma, o crescimento da renda e da urbanização está alterando a maneira de as pessoas consumirem alimentos, com dietas mais ricas em carne, o que exige mais terra para a pecuária. A crescente demanda por biocombustíveis também aumenta a necessidade de mais áreas cultiváveis. O estudo informa que a população em expansão e em migração para cidades leva a uma projeção de que, em 2050, 5% das terras do mundo – cerca de 15 bilhões de hectares – serão ocupados por áreas urbanas.

O relatório reforça a necessidade de equilibrar o consumo com a produção sustentável. Segundo o Pnuma, será possível preservar 319 milhões de hectares até 2050 se houver investimento na recuperação de solos degradados, melhoria nas técnicas de manejo e planejamento do uso da terra e redução do desperdício de alimentos e de subsídios para plantações para produção de combustíveis.
Sustentabilidade assim só na teoria. Comente a postagem. 29/01/14.

Brasil oferece R$ 1,2 bilhão em crédito para Cuba

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governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar produtos e serviçosbrasileiros.
Segundo levantamento feito pela Folha, o governo brasileiro desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$ 220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo Banco do Brasil.
Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a compra de implementos agrícolas brasileiros.
O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números –no ano passado, o país de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de bens e serviços brasileiros.
Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano.
O BB não forneceu dados para essa comparação.
Para Cuba, o crédito brasileiro é muito bem vindo, ainda mais agora que a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda, por causa de seus próprios problemas econômicos.
O projeto brasileiro de maior visibilidade em Cuba é o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Está sendo construído pela Odebrecht, com um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo BNDES (liberados ao longo de vários anos).
A primeira fase da construção será inaugurada hoje pela presidente Dilma Rousseff, na companhia de Raúl Castro. Ela chegou ontem ao país.
São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são fornecedoras do porto.
"Há cinco, seis anos atrás, era muito difícil apresentar um projeto de Cuba no Brasil", diz Hipólito Gaspar, gerente da Apex (agência brasileira de promoção das exportações) em Cuba.
"Agora existe uma determinação do governo cubano de não haver atrasos nos pagamentos".
No passado, algumas empresas sofreram com atrasos, como a JBS.
"Cuba não tem um centavo de inadimplência com o Brasil hoje", diz o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto.
CONTROLE CUBANO
Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.
Editoria de Arte/Folhapress
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.
Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.
A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.
"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.

No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.
Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).
exportações

O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.
"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.
O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e vacinas. 
A relação Brasil x Cuba é no mínimo suspeita. Os incentivos apresentam clara presença ideológica no processo, basta lembrar dos médicos cubanos no Brasil, e resultados econômicos duvidosos. Post e comente a temática! 27/01/14.

Maduro se diz preparado para retomar negociações com EUA

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite de quarta-feira que seu governo está preparado para retomar as negociações com os Estados Unidos. O diálogo, iniciado em julho, foi interrompido após o mandatário acusar Washington de bloquear a passagem do avião presidencial por Porto Rico.
Em discurso na Assembleia Nacional, o venezuelano condicionou a volta das negociações ao fim das medidas retaliatórias. "Já chega dessas perseguições às vezes infantis, de hostilidades. O governo americano tem que se analisar profundamente e entender que a Venezuela agora é um país independente de verdade".
Para Maduro, a retomada do diálogo deve ser com respeito. "Nós estamos prontos e preparados para nos sentarmos em qualquer mesa de negociação e ver se em algum momento podemos alcançar um ponto ótimo para relações positivas com os Estados Unidos".
Venezuela e Estados Unidos estão desde 2010 sem embaixadores em Washington e Caracas por causa da complicada relação diplomática entre o então presidente Hugo Chávez e Barack Obama. Desde então, os dois países são representados pelos encarregados de negócios.
Em julho, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, se encontrou com o secretário de Estado americano, John Kerry. A iniciativa, no entanto, minguou em setembro, após a denúncia de Maduro sobre o bloqueio do avião presidencial em Porto Rico.
Como represália, Maduro expulsou a encarregada de negócios americana, o que levou a uma medida similar de Washington. Três meses depois, no entanto, John Kerry afirmou que os Estados Unidos estavam abertos ao diálogo com Caracas.
Em várias ocasiões, Maduro acusou Washington de travar junto à direita venezuelana uma "guerra econômica" contra seu governo, que levou a uma "inflação induzida" de 56% em 2013 e ao desabastecimento de produtos básicos. Os Estados Unidos sempre rejeitaram as acusações.
Apesar de suas relações tensas, os Estados Unidos continuaram sendo o principal comprador de petróleo da Venezuela durante os anos de Presidência de Chávez e Maduro. O país é o maior produtor de petróleo latino-americano e que conta com as maiores reservas petrolíferas do mundo. 
Os tempos são outros. O CHAVISMO teve sua alta nos ides das ações bolivarianas no início das esquerdas no poder no final da Guerra Fria . Agora as relações comercias bilaterais ganham força em detrimento das regionais. Seria inteligente por parte da Venezuela não dialogar com o maior comprador de petróleo de seu país? E o seu papel na OPEP na atualidade como fica? Post e comente a temática! 17/01/14. 

Calor eleva consumo, e cresce risco de casos pontuais de falta de luz. Novo apagão?

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As altas temperaturas no país neste início de ano levaram, na sexta-feira passada, as usinas elétricas a bater seu recorde histórico de produção de energia e trouxeram uma preocupação: o risco de falha nos equipamentos de transmissão e distribuição, o que pode gerar faltas de luz pontuais e localizadas.
A avaliação é do coordenador do Gesel/UFRJ (Grupo de Estudos do Setor Elétrico/UFRJ), Nivalde de Castro.
Aliado ao aumento do consumo, o calor "estressa" os equipamentos, que, por sua vez, podem vir a apresentar falhas técnicas pontuais.
Na atual situação, o risco de problemas na transmissão ou na distribuição é maior do que o de questões estruturais -a oferta de energia não acompanhar a demanda, por exemplo.
De acordo com Castro, os reservatórios que abastecem as hidrelétricas estão mais cheios do que em janeiro do ano passado e as usinas térmicas continuam em funcionamento, como forma de manter os níveis dos estoques de água das hidrelétricas.
"A Argentina de hoje não é o Brasil de amanhã. Existe a possibilidade de faltas de luz pontuais, sim, mas não por causas estruturais", disse Castro, referindo-se ao apagão de quase dez dias no país vizinho no fim de 2013.
De acordo com boletim do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o país bateu seu recorde de geração de energia na sexta-feira passada, ao registrar, às 14h39, produção de 79.962 MW, 0,05% mais que a marca anterior, do dia 4 de dezembro.
Na sexta, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste tinham 41,96% de sua capacidade - a média em janeiro de 2013 era de 37,46%.
A mesma situação é verificada no Nordeste, com reservatórios 39,26% cheios, enquanto em janeiro passado a média era de 32,86%.
Para o professor colaborador da Coppe/UFRJ Roberto D'Araújo, o risco de falta de energia decorre do fato de, com o objetivo de poupar reservatórios de uma ou outra região do país, o SIN (Sistema Interligado Nacional) ter enviado grandes cargas de energia de um canto do país para o outro.
No dia do recorde, por exemplo, as usinas da região Norte enviaram 3.916 MW para o Nordeste.
"Uma falha no meio do caminho pode levar a falta de energia em determinada região. Não digo que terá apagão, mas esse transporte grande de carga mostra um desequilíbrio no sistema."
Desde 2012, o país mantém ligada boa parte das usinas térmicas com o objetivo de poupar os estoques de águas das hidrelétricas.

Do total gerado no dia do recorde, 14,2% vieram das térmicas convencionais, que excluem as usinas nucleares.
As hidrelétricas foram responsáveis por mais de 82%.

Ano novo velhas desculpas. Até quando o governo brasileiro vai fingir a nossa deficiência nas matrizes energéticas do país? Até quando a hidreletricidade vai comandar a distribuição e dependermos de condições climáticas? Post e comente a recorrente temática! 14/01/14.  

Primeiro animal terrestre já tinha tração nas quatro patas. Você sabia?

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O trio de paleontólogos que descobriu em 2006 o Tiktaalik roseae –peixe que originou os primeiros quadrúpedes terrestres– encontrou novos fósseis que revelam uma caraterística inesperada do animal. Ao contrário do que se pensava, ele já era capaz de se locomover caminhando com quatro membros, e não apenas dois.
A descoberta foi descrita pelos cientistas em um estudo na edição de hoje da revista "PNAS". O trabalho apresenta pela primeira vez ossos bem preservados da pélvis da criatura, além de parte de suas barbatanas traseiras.
Os novos fósseis do Tiktaalik, na verdade, foram "achados" dentro do laboratório, em blocos de pedra trazidos de um sítio paleontológico na Groenlândia que ainda não haviam sido escavados.
Nos primeiros estudos sobre o animal, os paleontólogos Neil Shubin, Ted Daeschler e Farish Jenkins defendiam que a criatura tinha uma forma um pouco atrapalhada de se locomover sobre terra: usaria apenas os membros dianteiros, arrastando o resto do corpo atrás. Só depois é que a evolução teria produzido quadrúpedes de verdade.

AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA
Essa outra hipótese fora criada porque não se conheciam fósseis da traseira do animal. Cientistas acreditavam que, por serem partes pequenas, eles teriam se deteriorado. O novo estudo sugere que o primeiro vertebrado terrestre já andava sobre as quatro patas.
O Tiktaalik viveu há 375 milhões de anos, cerca de 25 milhões de anos antes do aparecimento dos primeiros animais claramente terrestres. Seus hábitos ainda eram predominantemente aquáticos, mas suas barbatanas já começavam a ganhar características de patas. Provavelmente usava locomoção quadrúpede para atravessar águas rasas ou lamacentas.
"Ele tem tanto traços em transição, algo esperado para uma linhagem levando aos animais com patas, quanto traços primitivos, que o conectam a seus precursores", disse à Folha Daeschler, da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia.
Post e comente a temática! 14/01/14.

Mujica pede mudanças no Mercosul

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A duas semanas da próxima cúpula do Mercosul, que será realizada em Caracas, na Venezuela, no dia 31, o presidente do Uruguai, José Mujica, pediu mudanças no bloco regional. Segundo ele, o Mercosul deve ajustar sua parte jurídica "no possível ao que somos hoje e não ao que sonhamos que deveríamos ser".
"Não podemos continuar com uma espécie de mentira institucional, em que temos uma letra e vamos por outro caminho", afirmou Mujica no fim de semana em entrevista ao canal de TV 4, de Montevidéu.
Para o mandatário, o Mercosul conta com um sistema jurídico que não funciona para que seus membros resolvam diferenças e conflitos. "Seria melhor que fôssemos sinceros, que se esses mecanismos não nos servem, tratemos de construir outros que sejam flexíveis, que respondam mais à época atual."
As declarações de Mujica são endereçadas principalmente à Argentina, já que os dois países estão em crise desde o começo de outubro.
O Uruguai apresentou uma queixa ao Mercosul, depois que a Casa Rosada proibiu exportadores argentinos de fazer transferência de carga nos portos do país vizinho. Com isso, estima-se que o porto de Montevidéu perca US$ 80 milhões em receita.
O governo de Mujica diz que a medida argentina seria uma represália, porque em outubro o Uruguai autorizou o aumento de produção da papeleira UPM. A fábrica fica na cidade Fray Bentos, situada à beira do rio Uruguai, que tem administração compartilhada com a Argentina. A Casa Rosada diz que a medida provocará danos ambientais à Argentina e prometeu levar a questão ao Tribunal Internacional de Haia.
Post e comente a temática! 14/01/14.

Colômbia cresce porque mantém regras do jogo, diz ministro da Fazenda: Questão de gestão?

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Um país que superou os anos negros da guerrilha urbana, investe em infraestrutura pesada e aposta em reformas nada populares que mexeram na folha de pagamentos, nos benefícios sociais e na partilha dos impostos.
É a Colômbia, país latino-americano que mais melhorou o ambiente de negócios segundo o Banco Mundial.
Sem malabarismos nas contas públicas, o país vizinho desbancou o Brasil do posto de "queridinho" dos mercados internacionais.
E já colhe os resultados alcançados: crescimento de 5,1% em 2013, de longe o maior do continente (no Brasil, a previsão é 2,3%), inflação em 1,8% (a brasileira está em 5,7%) e juros de 3,25% ao ano (10% no Brasil).
Na comparação com os indicadores brasileiros, só perde no emprego –o desemprego colombiano está em 7,8%; no Brasil desceu a 4,6%.
Para Mauricio Cárdenas, ministro da Fazenda da Colômbia, a credibilidade do país também se traduz no valor de mercado da petroleira Ecopetrol, que tem 80% da ações nas mãos do governo.
A colombiana tem um terço do tamanho da Petrobras, mas em valor de mercado já se aproxima da brasileira: desde novembro de 2007, quando entrou na Bolsa, saltou de US$ 27 bilhões para US$ 80 bilhões.
A brasileira, que fez a maior oferta de ações do planeta em 2010 (US$ 70 bilhões), despencou de US$ 197 bilhões para US$ 90 bilhões.
Para Cárdenas, a diferença entre as estatais é a gestão. "Tem que ser muito transparente para dar subsídios."

O ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas
O ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas
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Folha - A Colômbia foi o país em que mais melhorou o clima de negócios na região. Como isso aconteceu?
Mauricio Cárdenas - Estamos sempre atentos a medições comparativas internacionais. Definimos um objetivo muito concreto e pontual: entrar na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que exige harmonização dos indicadores e estatísticas]. Fizemos reformas do Estado de longo prazo para estimular investimentos, melhorar o ambiente de negócios, e assegurar o ingresso na OCDE. E já fomos indicados.
Qual foi a dificuldade para implementar essas reformas?
Enfrentamos resistências para reduzir os impostos na folha de pagamento, um tema muito sensível na América Latina, porque essa arrecadação vai para programas assistenciais.
No Brasil, vai para o BNDES [que recebe recursos do FGTS e do Fundo de Amparo ao Trabalhador]. No México, vai para a habitação.
No caso da Colômbia, financiava os serviços de capacitação do trabalhador e os afastamentos por doença. Queríamos passar a tributar mais a renda das empresas.
Como os obstáculos políticos foram vencidos?
Deixamos claro, e expresso na lei, que as pessoas e os grupos de interesse não iriam perder nada com a mudança. Asseguramos pisos de recursos para cada programa. E acabamos com a incerteza.
Como foram as negociações?
O presidente [Juan Manuel] Santos depositou todo o seu capital político nas reformas. Tem que ter respaldo popular e maioria no Congresso.
A Constituição concedeu direitos e benefícios sociais, mas agora também incluímos o princípio da sustentabilidade fiscal para garantir esses direitos.
A mudança de governo não é um risco para as reformas?
Tem que esquecer os objetivos de curto prazo em favor dos estratégicos e de longo prazo. As reformas têm que trazer resultado.
A reforma tributária está estimulando a criação de empregos formais.
Já é possível perceber os efeitos das reformas?
A Colômbia cresceu mais de 5% e será o país latino-americano com o maior crescimento em 2013. Será o 15º país de maior crescimento no mundo.
É o país com a menor inflação da região e a maior taxa de investimento.
Essa credibilidade se estende às empresas colombianas?
Falamos sobre o caso da Ecopetrol [estatal colombiana de petróleo] e da Petrobras. Qual é a nossa política [de preços dos combustíveis]?
Somos muito parecidos em geral: as duas empresas estão na Bolsa, têm ações em Nova York, têm parcerias com outras companhias petroleiras no mundo. No nosso caso, porém, temos tratado com total transparência os subsídios.
Na Ecopetrol se pagam os combustíveis pelo preço internacional. A política de preço dos combustíveis não passa pelo governo.
O Brasil e a Colômbia têm investimento em rodovias da ordem de US$ 250 bilhões. Há disputa pelo mesmo dinheiro?
Há espaço para todos.
Na Colômbia, há muitas empresas brasileiras de construção civil. Na Colômbia custa mais para fazer as estradas, devido à geografia. A única forma de fazê-las rentáveis foi fazer parcerias público-privadas.
Damos garantia de tráfego e asseguramos o ingresso de recursos.
Na construção, queremos que o concessionário assuma os investimentos.
Exceto nos túneis, em que compartilhamos os riscos.
No Brasil, os investidores dizem que a rentabilidade das estradas é baixa, mas na Colômbia algumas estradas têm retorno ainda menor. Como elas são viáveis?
Se há competição é porque as empresas sabem que se trata de um investimento rentável.
A Colômbia ocupou o espaço do Brasil de queridinho dos mercados internacionais?
A Colômbia foi muito consistente em suas políticas e reformas.
Desde o início, há 15 anos, não fizemos grandes mudanças nas regras, mas fomos aperfeiçoando o modelo.
A consistência faz parte do momento econômico da Colômbia.
Entrevista a Folha On Line. 06/01/14.

Al Qaeda monta estrutura corporativa similar a de multinacionais: Você sabia?

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O comboio de carros com a bandeira negra da Al Qaeda veio em alta velocidade, e o gerente da modesta mercearia pensou que estava prestes a ser assaltado.
Mohamed Djitteye se escondeu atrás do balcão. Ficou desconcertado quando um comandante da Al Qaeda gentilmente abriu a porta de vidro do estabelecimento e pediu um pote de mostarda. Depois, pediu o recibo.
Confuso e assustado, Djitteye não entendeu. Então, o jihadista repetiu o pedido. Por favor, poderia dar um recibo dos R$ 4 gastos?
A transação, no norte do Mali, mostra o que parece uma preocupação incomum para um grupo terrorista: a obsessão por documentar as mínimas despesas.
Em mais de cem recibos deixados num prédio ocupado pela Al Qaeda no começo de 2013 em Timbuktu, os extremistas registraram assiduamente seu fluxo de caixa, controlando despesas tão simples quanto a compra de uma lâmpada.
As quantias, muitas vezes pequenas, eram cuidadosamente anotadas a lápis e canetas coloridas em pedaços de papel e post-its: o equivalente a R$ 4 por um sabão, R$ 19 por um pacote de macarrão, R$ 33 por supercola.
O sistema de contabilidade demonstrado nos documentos encontrados pela Associated Press é um espelho do que pesquisadores descobriram em outras partes do mundo onde a rede terrorista opera, incluindo o Afeganistão, a Somália e o Iraque.
Os documentos do grupo terrorista ao redor do mundo também incluem programas de cursos corporativos, planilhas de salário, orçamentos de filantropia, currículos de emprego, conselhos de relações públicas e cartas do equivalente a um departamento de recursos humanos.
As evidências reunidas sugerem que, longe de ser uma organização fragmentada e improvisada, a Al Qaeda tenta se comportar como uma corporação multinacional, com o que se compara a uma política financeira consistente de uma empresa em suas diferentes filiais.
Os especialistas dizem que cada filial do grupo terrorista repete a mesma estrutura corporativa, e que esse projeto estrito ajudou a Al Qaeda não apenas a durar como também a se expandir.
RELATÓRIOS
O sistema detalhado de contabilidade também permite controlar os movimentos dos próprios terroristas da rede, que muitas vezes operam de maneira remota.
A natureza corporativa da organização aparece ainda nos tipos de atividades pelos quais eles pagam.
Por exemplo, dois recibos, um no valor de R$ 8 mil e outro no valor de R$ 14 mil, aparecem como pagamento por "workshops", conceito tomado do mundo dos negócios.
São relativamente poucos os recibos de pagamentos por combatentes e armas. Muitos mais lidam com os aspectos do dia a dia da administração estatal, como a tarefa de manter a luz ligada.
A Al Qaeda invadiu Timbuktu, no norte do Mali, em abril de 2012, e tomou conta de seus serviços públicos estatais. O avanço dos fundamentalistas motivou intervenção francesa, que hoje controla a maior parte da região.
Além do dia a dia do governo, fica claro que os combatentes tentavam conquistar a população.
Eles separaram dinheiro para a caridade: R$ 9 para comprar remédios "para um xiita com o filho doente", R$ 240 para a cerimônia de casamento de um homem.
A extensão da documentação encontrada aqui e nos outros teatros onde opera a Al Qaeda não significa, porém, que o grupo terrorista dirija uma máquina bem azeitada, alerta Jason Burke, autor do livro Al Qaeda.
"A burocracia, como sabemos, dá aos altos gerentes a ilusão de que podem controlar seus subordinados mais distantes," disse Burke.
Quem disse que terrorista não tem planilha? Post e comente a temática! 02/01/14.