"Usinas nucleares da Patagônia serão construídas por chineses"

Posted by João Luis

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 A estratégia de Cristina Kirchner se mantém nessa relação?
- A mudança mais importante é que teremos outro tipo de relação. Até agora se tratava do envio de matérias-primas alimentares e da importação de produtos terminados. Isso nós temos que modificar. Cerca de 86,5% de nossas exportações são bens primários concentrados em 20 exportadores. Do lado chinês, 99,5% são produtos com valor agregado, que provêm de 3.000 empresas abastecedoras. O desequilíbrio é absoluto. Há coisas que não podem se repetir. Uma grande empresa ferroviária chinesa com contratos cumpridos ou a cumprir por um montante de US$ 4,5 bilhões de abastecimento para a Argentina tem duas pessoas trabalhando no país. Dá para imaginar a Volkswagen vendendo esse montante sem fabricar na China? Não. Então nós temos que sair de um esquema de abastecimento e passar para um esquema de parcerias. Para que construam indústrias aqui.
- Isso é possível?
- Nós temos que mudar as nossas ideias obsoletas sobre a China. Nos supermercados chineses há produtos do mundo e são muito caros. Não existe um problema de competitividade. Há 300 milhões de chineses que participam do sistema de compras diversificadas, eles são sofisticados. Demandam produtos como queijos e iogurte. A Argentina tem hoje uma nova realidade macroeconômica, mas necessita de uma grande iniciativa privada que entenda que temos condições extraordinárias para exportar para a China.
- A (siderúrgica) Techint diz que a China é uma ameaça para a indústria...
- A Techint faz essa confusão por causa de um problema que existe na indústria siderúrgica. A China é consciente da crise siderúrgica e tem um programa para demitir 400.000 empregos do setor. O conflito existe, mas é um erro dizer que a relação com a China se reduz a isso. A China é uma enorme oportunidade. Sua estratégia é exportar menos e fortalecer seu mercado interno. A Argentina tem que mudar de parceiro na China. Ou seja, deixar os porcos, que são os que comem a soja, e substituí-los pelos supermercados, chegar ao consumidor chinês. A Argentina é marca em termos de produção de alimentos.
- As usinas nucleares serão construídas?
- Os contratos das duas usinas nucleares, Atucha III e Aucha IV, foram revisados e continuam em vigor. E por manifestação expressa do chanceler chinês existe um compromisso de uso civil do observatório do espaço em Neuquén. O chanceler chinês disse que não pode haver nenhum desvio em um observatório cujo destino é exclusivamente o uso civil.
- E as represas da Patagônia?
- Esse foi o motivo central da presença da chanceler argentina Susana Malcorra (recentemente na China). A represa com dois diques foi renegociada, foi feito um ajuste em termos de potência por dano ambiental e eles aceitaram. O contrato que foi renegociado com participação ativa do sócio chinês continua. O presidente Macri irá ao G-20 de 14 a 16 de setembro e terá uma nova reunião com seu par Xi Jimping. E em março de 2017, Xi Jimping fará uma visita de Estado à Argentina.
Onde a China vai parar? 09/06/16

Turquia exige passos da União Europeia para a suspensão do regime de vistos

Posted by João Luis

Ancara continua negociando com Bruxelas a suspensão do regime de vistos e espera que a União Europeia tome medidas nesse sentido em breve, disse o porta-voz do presidente turco, Ibrahim Kalin.
No dia 18 de março, as partes coordenaram um acordo para aliviar a crise de migração na região, que prevê que a União Europeia retorne à Turquia todos os imigrantes ilegais que chegam à costa grega.
"As negociações entre Turquia e a União Europeia sobre a legislação antiterrorista e o acordo de readmissão continuam e esperamos que a União Europeia dê passos relativos ao tema dos vistos Schengen nos próximos dias", disse ele a repórteres.
Em contrapartida, os países do bloco europeu concordaram em aceitar um refugiado sírio para cada imigrante que retorna, além de acelerar a liberalização de vistos para os cidadãos turcos e as negociações sobre a adesão da Turquia ao bloco europeu.
A Comissão Europeia propôs em maio passado ao Parlamento Europeu e ao Conselho da União Europeia remover as restrições de cidadãos da Turquia sobre vistos, caso Ancara encontre até o final de junho de 2016 compromissos, em particular na luta contra o a corrupção, a assinatura de um acordo com a Europol, cooperação judiciária com os membros da UE e adatação da sua legislação antiterrorista com os padrões europeus.´
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por sua vez, ameaçou abandonar o acordo de imigração se a UE tornar mais fácil para os cidadãos turcos viajar sem visto,  afirmando que Ankara não irá rever a legislação anti-terrorismo.
E a saga continua na Europa.  O que fazer para conter a entrada de imigrantes refugiados de áreas de conflitos? Comente a temática! 09/06/16