Conselho de Segurança da ONU aprova retirada de armas químicas da Síria

Posted by João Luis

Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovaram nesta sexta-feira (27), por unanimidade, a resolução que exige que a Síria entregue seu arsenal de armas químicas.


O texto, considerado brando, não autoriza uma intervenção militar automática caso o regime sírio desrespeite o acordo. A medida --prevista no artigo 7º da Carta da ONU-- foi motivo de impasse durante semanas com a Rússia, que é aliado de Damasco e tem direito a veto por ser um dos cinco membros permanentes do conselho.

Nesse sentido, a resolução prevê que, caso haja violação do tratado por qualquer uma das partes, o Conselho de Segurança terá de se reunir novamente para, aí sim, decidir sobre as ações militares previstas na Carta da ONU.
A medida é uma resposta a um ataque químico que deixou centenas de mortos na periferia de Damasco no dia 21 de agosto. A resolução aprovada, no entanto, não faz referência à autoria do atentado --os EUA acusaram o regime sírio, e a Rússia saiu em defesa de Assad, afirmando que não havia indícios suficientes para a acusação.
"Estamos aqui porque as normas internacionais importam, e ações têm consequências. Se o regime Assad falhar, haverá consequencias", afirmou o secretário de Estado americano, John Kerry. Segundo ele, o trabalho de inspeção começará em novembro, e o arsenal deverá ser destruído até o primeiro semestre de 2014.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que a aprovação da resolução é resultado de uma cooperação entre EUA, Rússia e os outros países do Conselho e afirmou que a ação de retirada do arsenal deverá será "profissional e imparcial". O chanceler reforçou que Moscou não autoriza que sejam usadas medidas de força militar no processo e disse que espera que "a oposição esteja pronta para colaborar [com o plano de desarmamento], assim como mostrou o governo da Síria".
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o plano traz "esperança". "Essa é uma primeira esperança para a Síria em muito tempo", afirmou. "Os autores do crime devem ser levados à Justiça", completou.
Já Kerry citou a vitória da diplomacia e aproveitou para agradecer a Lavrov, da Rússia seus "esforços" na questão. "O Conselho de Segurança demonstrou que a diplomacia pode ser tão poderosa a ponto de neutralizar as piores armas de guerra", afirmou Kerry.
A votação aconteceu menos de duas horas depois de a Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas) aprovar, por consenso, seu plano para a eliminação do arsenal químico sírio, que prevê o envio de inspetores nos próximos dias e a destruição total de todas as armas químicas da Síria na primeira metade de 2014.
Ban Ki-moon, chamou de "histórica" a resolução aprovada pelo CS, mas lembrou aos seus membros que o "catálogo de horrores" da Síria continua "enorme", por isso pediu o fim imediato da violência.
A resolução do Conselho apoia o acordo feito em Genebra (Suíça), entre Rússia e EUA, no qual a Síria se compromete a colocar sob controle internacional todo o seu estoque de armas químicas.
Uma nova reunião em Genebra está sendo preparada para novembro, e Moon solicita que ambos os lados do conflito participem da conferência de paz. O regime sírio afirmou que irá participar da reunião, e ainda propor um cessar-fogo no encontro. Representantes dos rebeldes, no entanto, apontam só comparecer à cidade suíça caso Bashar Assad renuncie ao cargo. (Com agências internacionais)
  • Post e comente a temática! 28/09/13.

Previsão de aumento do nível do mar piora

Posted by João Luis

A julgar pela versão preliminar do quinto relatório do IPCC (painel do clima da ONU), a ser divulgado na próxima sexta-feira, a principal atualização nas projeções da mudança climática não serão relacionadas ao aumento de temperatura, mas sim do nível do mar.
Quando o quarto relatório, que projetava um aumento de 18 cm a 59 cm, saiu em 2007, muitos cientistas o consideraram conservador. O esboço do novo texto fala agora de uma margem entre 28 cm e 89 cm de aumento até 2100.
Uma mudança da escala de dezenas de centímetros na projeção não é pequena. A margem de erro para o cenário mais pessimista chega a quase um metro de altura, o que afetaria áreas habitadas por algumas dezenas de milhares de pessoas.

O principal fenômeno por trás do aumento do nível do mar é o fato de que a água aumenta de volume quando está mais quente --e os oceanos absorvem boa parte do calor aprisionado na atmosfera.
"A expansão termal é a maior contribuição para o aumento futuro do nível do mar, sendo responsável por 30% a 55% do total, com a segunda maior contribuição vindo das geleiras", afirma a versão preliminar do sumário político do documento.
"Há alta confiabilidade em que o aumento do derretimento da superfície da Groenlândia vai exceder a elevação da queda de neve, levando à contribuição positiva [aumentando o nível do mar]."
INCERTEZAS
Se o novo relatório do IPCC será mais contundente ao dizer que o impacto do aquecimento sobre o nível do mar será maior, ele ainda tem limitações quando tenta especificar quão maior.
Um dos problemas por trás das projeções do painel do clima é que o balanço do derretimento e da formação de gelo na Antártida ainda é difícil de prever.

Apesar de a maioria das observações e dos modelos de computador alertar para o derretimento da parte ocidental do continente gelado, o aumento de precipitação na Antártida oriental deixa o cenário incerto.
Um avanço do novo relatório é a tentativa de lidar melhor com as incertezas regionais. Por exemplo, apesar de a Groenlândia ter a massa de gelo terrestre que mais vai contribuir para a elevação do mar, lá ele não deve subir."Há uma cofiabilidade média de que nevascas na Antártida vão aumentar, enquanto o derretimento de superfície continuará pequeno, resultando numa contribuição negativa [de redução do nível do mar]", diz o texto.
Como a massa de gelo da região vai diminuir, ela perde força de gravidade que puxa água na direção da costa. E o mesmo deve ocorrer com a Península Antártica.
"O efeito gravitacional do derretimento da Antártida, combinado com o efeito da dinâmica de correntes e a temperatura abaixo da média, deve deixar o nível do mar abaixo da média na ponta da América do Sul", diz Aimée Slangen, da Universidade de Utrecht, na Holanda.
"Indo para o Equador, o efeito gravitacional se reverte, deixando o nível do mar acima da média."
Slangen publicou no ano passado um estudo sobre diferenças regionais na subida da linha d'água, mas diz que ainda é difícil fazer um mapa preciso. "Precisamos entender o papel das plataformas de gelo, das geleiras, o efeito térmico e saber como a crosta vai se mover", diz.
O último esboço do relatório afirma que, em 95% das áreas oceânicas do mundo, o nível do mar vai subir, e que 70% das áreas costeiras terão um aumento com desvio de menos de 20% da média.
Para os cientistas, porém, é preciso aprimorar o mapeamento. "Para uma cidade ou um país, a média mundial não importa, é preciso saber o que está acontecendo logo à porta de casa", diz Slangen.
Comente a temática! 24/09/13.

Choquequirao é a 'irmã' menos conhecida de Machu Picchu, no Peru

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Sabe Machu Picchu? O seu vizinho já foi. E sua tia-avó também. O Che Guevara foi antes da revolução; o Bill Gates, depois de criar o Windows. Até o Super-Homem e o Homer Simpson (e família) conheceram.
Pois não muito longe dali, nas mesmas cordilheiras dos andes peruanos, há outra "Machu Picchu" a ser descoberta.
Feita igualmente de fortalezas, terraços debruçados sobre as montanhas, templos, armazéns e aquedutos, um pequeno mundo todo de pedras, uma cidadela chamada de Choquequirao está congelada no tempo. E vazia.
Pergunte à dona Nemesia, a senhora de feições indígenas que vende refrigerante Inca Cola no mirante de Capuliyoc, ao cabo da rota de Choquequirao, quantas garrafas ela vendeu ao fim daquela agradável quinta-feira de outono. Uma só -foi arrematada por um jornalista alquebrado e sedento.
Vista das trilhas do parque de Choquequirao, no Peru
O placar é o seguinte: só em abril deste ano, Macchu Pichu recebeu 103.118 visitantes. No ano inteiro de 2012, a "catraca" de Choquequirao girou 3.334 vezes.
Qualquer um --dona Nemesia, o cachorro Tarzan ou os 17 turistas com os quais a reportagem cruzou no caminho ao longo de quatro dias de caminhadas-- sabe explicar uma parte do mistério.
Choquequirao significa, no idioma quéchua, "berço de ouro". Mas poderia muito bem ser sinônimo de "ruínas esplendorosas em caminho quase impossível de ser percorrido". Mas "quase" também é mais um detalhe.
Post e comente a temática! 15/09/13.

Agentes da CIA conseguem atuar livremente no Brasil

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Pelo menos uma vez por semana, dois agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, chegam a um dos prédios da Polícia Federal em Brasília, no setor policial sul da capital.
Em menos de cinco minutos, eles passam pela portaria e se dirigem a uma reunião em um dos edifícios onde ficam os cerca de 40 agentes brasileiros da Divisão Antiterrorismo (DAT).
A desenvoltura dos americanos não é por acaso: ali, os computadores, parte dos equipamentos e até o prédio, dos anos 90, onde estão reunidos e trabalham os policiais que investigam terrorismo no Brasil, foram financiados pelos EUA.
Nas duas últimas semanas, a Folha entrevistou policiais federais, militares da inteligência do Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Todos admitem que os acordos de cooperação entre a Embaixada dos EUA e a PF são uma formalidade. E que, na prática, os americanos têm atuação bastante livre em território brasileiro. Procurada, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou.
Segundo a Folha apurou, a atuação da inteligência americana no Brasil não se limita à espionagem eletrônica, revelada em documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden.
Os americanos estão espalhados pelo país atrás de informações sobre residentes no Brasil, brasileiros ou não. Eles dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais federais, dizem essas fontes.
Na prática, os americanos acabam se envolvendo em operações das mais diversas.
Em 2004, por exemplo, a Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos, teve participação da CIA.
Em 2005, os americanos estiveram diretamente envolvidos no rastreamento do lutador de jiu-jítsu Gouram Abdel Hakim, suspeito de pertencer a uma célula da rede terrorista Al Qaeda.
POLÊMICA
A parceria entre a Embaixada dos EUA e a Polícia Federal --formalizada por meio da assinatura de um memorando em 2010, mas ativa na prática desde muito antes disso-- é polêmica.
Um de seus críticos é o ex-secretário nacional Antidrogas Walter Maierovitch. "Opinei pela não oficialização do convênio, em relação às drogas, porque era um acobertamento para a espionagem desenfreada, sem limites", lembra Maierovitch.
À época, a justificativa para o convênio era que o auxílio entre americanos e brasileiros serviria para o combate às drogas. Depois do 11 de Setembro, no entanto, o foco passou a ser o terrorismo.
Os americanos mantêm escritórios próprios no Rio, com a justificativa da realização da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016, e em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para vigiar a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira.
"O que mais tem é americano travestido de diplomata fazendo investigação no Brasil", afirma o policial federal Alexandre Ferreira, diretor da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).
Cinco bases da PF para o combate ao terrorismo funcionam hoje no país --no Rio, em São Paulo, em Foz do Iguaçu e em São Gabriel da Cachoeira. Todas contam com equipamentos e tecnologia da CIA para auxiliar nos trabalhos, e há agentes americanos atuando em parceria com os brasileiros.
"O problema não é a parceria. O problema é do Brasil, que não faz o dever de casa e não se protege contra esse 'amigo' que busca, na verdade, seus interesses", diz o professor Eurico Figueiredo, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).
Reclamar? Permite a presença deles no país, e agora reage de forma cinematográfica as escutas da CIA no Brasil. Post e comente a temática! 15/09/13.  

EUA e Rússia anunciam acordo e dão prazo para Assad

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Os governos dos Estados Unidos e da Rússia anunciaram neste sábado, em Genebra (Suíça), que chegaram a um plano para que o regime de Bashar al-Assad na Síria entregue suas armas químicas.
Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, o governo sírio deverá apresentar todo seu material químico, uma espécie de inventário, à comunidade internacional no prazo de uma semana. Depois, começará o processo de destruição "segura" deste arsenal até meados de 2014.
O plano inclui ainda acesso ao material químico por parte de inspetores externos até o mês de novembro deste ano.

Secretário de Estado americano, John Kerry (esq.), e o chanceler russo, Serguei Lavrov, durante o pronunciamento em Genebra
Secretário de Estado americano, John Kerry (esq.), e o chanceler russo, Serguei Lavrov, durante o pronunciamento em Genebra
De acordo com Kerry, se Assad não cumprir o plano, EUA e Rússia vão buscar uma forma de sanção, incluindo até mesmo uma ação militar, com base em resolução da ONU (Organização das Nações Unidas). "Temos o compromisso de impor medidas com base no capítulo 7 do Conselho de Segurança da ONU", disse Kerry, mencionando trecho da Carta da ONU que abre caminho para um ataque à Síria.
O secretário americano afirmou que o ditador sírio deve permitir que o plano seja totalmente "implementado". "O mundo não vai esperar para Assad honrar seus compromissos", afirmou.
Esse foi o terceiro dia de negociações entre EUA e Rússia em Genebra. O governo americano tem ameaçado agir na Síria se Assad não entregar suas armas químicas à comunidade internacional. O presidente Barack Obama o acusa de usar gás venenoso para matar civis no conflito local.
No meio da semana, a Rússia, parceira da Síria na discussão da crise, anunciou a disposição de o regime abrir mão das armas químicas em troca de não sofrer intervenção militar. 15/09/13.

Venezuela abandona Convenção Americana de Direitos Humanos

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A Venezuela se retirou, nesta terça-feira, da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), que segue as políticas internacionais dos EUA e tem sido contrária ao governo socialista venezuelano há anos.
A saída formal da Venezuela da CADH foi anunciada há 12 meses e veio um dia após o líder da oposição, Henrique Capriles, enviar documentos à Convenção acusando o presidente Nicolas Maduro de fraudar as eleições de 14 de abril.
Maduro, que se apresenta como um discípulo socialista de Hugo Chavéz, disse nessa semana que seu antecessor corretamente percebeu que a soberania e o orgulho da Venezuela estavam em jogo, devido ao preconceito demonstrado por membros da Convenção.
"O chamado sistema de direitos humanos, a Corte Interamericana e a Convenção são subprodutos de um instrumento de perseguição contra os governos progressistas que começou com a chegada do presidente Chavéz", disse ele em uma conferência na segunda-feira.
Outros países latino-americanos de esquerda, incluindo Bolívia, Equador e Nicarágua, também têm sido muito críticos à CADH.
Entretanto, a União Democrática, partido de oposição de Capriles, afirmou que a saída da Convenção foi "um dos mais sérios atos contra os direitos humanos que o atual governo realizou."
Organizações de direitos humanos também criticaram a saída da Venezuela, dizendo que a ação irá fomentar a impunidade e a corrupção na nação de 29 milhões de pessoas. Chávez, que morreu de câncer no começo do ano, acusou a CADH de apoiar um golpe de 2002 contra ele, e em 2008 a Suprema Corte da Venezuela se recusou a obedecer uma decisão da CADH sobre a demissão de alguns juízes.
E a ditadura continua. Post e comente a temática! 10/09/13. 

Michelle Bachelet volta ao local onde foi torturada após o golpe de 1973

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A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet voltou nesta terça-feira junto a sua mãe, Ângela Jeria, ao lugar onde ficaram detidas e foram torturadas após o golpe que Augusto Pinochet liderou em 1973 para derrubar o governo de Salvador Allende.
Bachelet, candidata da oposição às eleições presidenciais de novembro, e sua mãe participaram hoje de um ato pelos 40 anos do golpe, realizado no Parque da Paz Vila Grimaldi, como se chama atualmente o antigo centro de extermínio e tortura administrado pelos sobreviventes.
Durante o ato, em homenagem aos 229 prisioneiros assassinados ou desaparecidos nesse local, Bachelet estava visivelmente emocionada e, no final, ainda deixou um cravo vermelho no chamado Muro dos Nomes.
Nesse muro, sob o verso de Mario Benedetti - "O esquecimento está cheio de memória" -, estão gravados os nomes dos prisioneiros executados e desaparecidos no lugar, denominado "Quartel Terranova" pela Polícia secreta da ditadura.
Segundo os dados oficiais, 4,5 mil prisioneiros políticos passaram pela Vila Grimaldi entre 1973 e 1977.
"Uma ferida que se mostra suja e contaminada não se cura", declarou Michelle Bachelet, cujo pai, um general da Força Aérea que se opôs ao golpe de Pinochet, morreu na prisão em março de 1974.
"Nunca me custou estar aqui", ressaltou a ex-presidente socialista (2006-2010) em declarações após a cerimônia. "Evidentemente, há emoções, há lembranças que voltam e outras que ficam onde estiveram", completou.
"Voltei hoje também em qualidade de sobrevivente da Vila Grimaldi, o que, por um lado, traz a memória de tudo o que foi vivido por milhares de compatriotas (...). Como assinalamos nestes últimos dias, temos a necessidade de seguir avançando em um reencontro que só é possível sobre a base da verdade e a justiça", concluiu. EFE
Felipe Trueba/Efe
Bachelet segurando fotos de vítimas durante homenagem aos prisioneiros desaparecidos da ditadura, em 10 de setembro de 2013
O horror da ditadura de PINOCHET é  até hoje um tormento para os que viveram o trauma do momento em 1973. A ex- presidenta viveu todo o horror da época da ditadura. Estaríamos voltando ao passado? Nostalgia? O momento politico é oportuno? Post e comente a temática! 10/09/13. 

Putin ameaça armar aliados da Rússia se EUA atacarem a Síria

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O presidente russo Vladimir Putin ameaçou nesta quarta-feira, veladamente, armar aliados de seu país no futuro, se o Ocidente de fato atacar a Síria.
A mensagem do mandatário, emitida em entrevista ao Canal 1 da TV russa e para a Associated Press, se dá na véspera da abertura da 8ª Cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do planeta mais cinco convidados especiais.

Embora o G20 seja um clube eminentemente econômico, a Síria acabou se tornando uma espécie de convidado indesejado, na medida em que há um choque de posições entre o anfitrião, Putin, e o líder da mais importante economia do grupo, Barack Obama.
Putin rejeitou, de novo, as evidências até agora apresentadas pelos Estados Unidos e seus aliados sobre o ataque com armas químicas que a ditadura de Bashar al-Assad teria perpetrado contra redutos rebeldes no último dia 21.

Em entrevista, Vladimir Putin defende armar aliados russos no futuro se EUA fizer intervenção militar na Síria
Em entrevista, Vladimir Putin defende armar aliados russos no futuro se EUA fizer intervenção militar na Síria
Não passam, diz o presidente russo, de "rumores e conversas". Não bastam, prosseguiu, para que uma resposta seja aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual a Rússia tem poder de veto.
Para que o CS possa atuar, seria necessária "uma prova profunda e específica, contendo evidências que provem além de qualquer dúvida quem o fez e que meios foram utilizados",
Putin voltou a lembrar o caso do Iraque, em que os EUA invadiram o país a partir da informação, que se provou falsa, de que o ditador Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. "Esqueceram-se disso?", perguntou o presidente retoricamente.
A ameaça velada apareceu na frase seguinte: se as potências ocidentais de fato atacarem a Síria, "nós [na Rússia] deverímos pensar como agir no futuro, em particular no que diz respeito ao fornecimento de armas sensíveis para certas região do mundo".
É uma clara alusão ao fato de que a Rússia ainda não completou a entrega à Síria de modernos sistemas de mísseis terra-ar, modelo S-300, que obviamente tornariam ainda mais complicada uma operação aerea do Ocidente contra alvos em território sírio.
SAIBA MAIS
A expectativa em São Petersburgo, sede da cúpula, é a de que o tema Síria seja discutido, até sobrepondo-se às questões econômicas que são o foco central do G20, desde o seu nascimento em 1999, primeiro como reunião de ministros de Economia e, a partir de 2008, envolvendo os chefes de governo.
Uma clara indicação de que o tema, que não está na agenda oficial, acabará surgindo é a predisposição de Angela Merkel, a chanceler alemã, de buscar, na cúpula, "uma resposta unida da comunidade internacional" ao ataque com armas químicas. Merkel não antecipou qual resposta, mas descartou a participação alemã em um eventual ofensiva.
A presidente brasileira Dilma Rousseff não fez até agora nenhuma declaração formal a respeito, mas é conhecida a posição brasileira de que o ataque só se tornaria possível se aprovado pelo Conselho de Segurança, o que o veto russo torna impossível.
E a saga continua. Cada capítulo passado leva a uma nova análise do problema. Por que tanta blindagem da Rússia em relação a Síria? E qual o verdadeiro interesse dos Estados Unidos em uma invasão ao país árabe? Fazer valer os Direitos Humanos? Ou alimentar sua indústria bélica? Post e comente a temática! 05/09/13.  

Secretário-Geral da ONU questiona legalidade de plano dos EUA de ataque à Síria

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(Qualquer semelhança é mera coincidência)

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta terça-feira que o uso da força só é legal em defesa própria ou com a autorização do Conselho de Segurança da ONU, em observações que parecem questionar a legalidade dos planos dos Estados Unidos de atacar a Síria sem o apoio da ONU.
Ele afirmou que se os inspetores da ONU confirmarem o uso de armas químicas na Síria, o Conselho de Segurança deve superar suas diferenças e agir.
"Se confirmado, qualquer uso de armas químicas por qualquer pessoa em qualquer circunstância será uma grave violação da lei internacional e um crime de guerra ultrajante", disse ele a repórteres.
Obama disse no sábado que seguirá "em frente sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que até agora está completamente paralisado e incapaz de responsabilizar Assad".
A Rússia, apoiada pela China, usou seu poder de veto no Conselho de Segurança três vezes para bloquear resoluções que condenavam o governo de Assad e o ameaçavam com sanções.
Ban também questionou se o uso da força para deter a Síria ou outros países pelo uso de armas químicas no futuro poderia causar mais prejuízos do que benefícios na guerra civil de dois anos e meio na Síria, que, segundo a ONU, já matou mais de 100 mil pessoas.
"Devemos considerar o impacto que uma ação punitiva teria sobre os esforços para evitar mais banho de sangue e facilitar uma solução política para o conflito", disse Ban.
A situação parece não apresentar uma definição. O mundo fica em alerta em situações de guerra. As possibilidades de alianças militares com a Síria com a utilização de armas químicas, biológicas ou nucleares, provoca "sismicidades" planetárias. A própria ONU fica na defensiva em relação a tomada de decisão do congresso yanke. Vejamos os desdobramentos futuros. Post e comente a temática em questão. 03/09/13.

Análise: Decisão de Obama sobre Síria parece com ação contra o Iraque, mas há diferenças

Posted by João Luis


Amparado por evidências questionáveis reveladas ao mundo por seu secretário de Estado, diante de uma nação dividida e passando deliberadamente por cima da ONU, o presidente norte-americano surpreende a todos e avisa que vai atacar um país do Oriente Médio.
Foi o que George W. Bush fez em 17 de março de 2003, dias antes de invadir o Iraque, depois de Colin Powell anunciar que os EUA haviam comprovado que o governo de Saddam Hussein tinha capacidade de produzir armas de destruição em massa (o que se mostraria uma inverdade).
É o que Barack Obama faz agora, dez anos depois, ao dizer na tarde de sábado que os EUA devem agir militarmente contra alvos do regime sírio, após John Kerry afirmar que está claro que Bashar al-Assad usou armas químicas (o que ainda não foi 100% comprovado).
Mudam os atores, o filme é o mesmo? Mais ou menos.
Bush quis esticar o crédito de boa vontade mundial conseguido após o ataque da Al-Qaeda ao World Trade Center (2001), que resultou na Guerra do Afeganistão, com ação militar autorizada pelo Congresso e avalizada pelas principais potências mundiais.
Perdeu-se porque, no Iraque, cumpria uma agenda pessoal, quase uma vendeta de faroeste. No anúncio, feito solitariamente num corredor interno da Casa Branca, o republicano mencionava Saddam e seus filhos e dava um ultimato a eles: saiam do poder ou encarem as consequências.
Ontem, Obama seguiu outro roteiro. Acompanhado do vice-presidente, Joe Biden, sob o sol do jardim da residência presidencial, disse que, embora não precise, o líder da "democracia constitucional mais antiga do mundo" pedirá autorização ao Congresso para agir.
Bush se isolou antes mesmo de o primeiro míssil ser disparado. Obama divide o peso da decisão com senadores e deputados. Além disso, diferentemente de seu antecessor, que no auge do conflito enviou dezenas de milhares de soldados para o front, o presidente do "drone", que intensificou o uso dos aviões não tripulados, só fará ataques pontuais por ar.
É uma grande diferença. Quando ele atacar --já parece ser uma questão de "quando", não de "se"--, fará sem baixas do lado norte-americano e com o Legislativo ao seu lado. O resto do mundo continua sendo ignorado, mas o público interno tenderá a estar mais unido.
Mudam os presidentes e o roteiro é o mesmo. Não discuto a questão dos Direitos Humanos não respeitados pelo dirigente Sírio, porém, vejo com grande preocupação a invasão americana no Oriente Médio. Quais os dividendos pessoas dos Estados Unidos? E a reação do mundo árabe? Como fica? Roubar petróleo de novo? Post e comente a temática! 01/09/13.