Mercosul assina novo protocolo de adesão da Bolívia como membro pleno

Posted by João Luis


Brasília, 17 jul (EFE).- Os países do Mercosul assinaram nesta sexta-feira um novo protocolo de adesão da Bolívia ao bloco em qualidade de membro pleno, o que permitirá ao Paraguai realizar o necessário trâmite parlamentar para sua ratificação.


O novo documento foi assinado em Brasília, antes do início da cúpula semestral do bloco, pelos chanceleres do Brasil, Mauro Vieira; Uruguai, Rodolfo Nin Novoa; Paraguai, Eladio Loizaga; Venezuela, Delcy Rodríguez; e da própria Bolívia, David Choquehuanca.



Pela Argentina, o protocolo foi assinado pelo vice-chanceler, Eduardo Zuain, que representa o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, ausente na cúpula porque passou por uma cirurgia para retirar um tumor hepático.



A cerimônia foi realizada a portas fechadas e só foi permitida a presença de jornalistas da imprensa oficial de cada um dos países-membros do Mercosul.



O protocolo de adesão da Bolívia já tinha sido assinado em dezembro de 2012, quando o Paraguai estava ausente do bloco como consequência da destituição, seis meses antes, do presidente Fernando Lugo, que os outros parceiros do Mercosul consideraram uma "ruptura da ordem democrático".



Mas o Paraguai, embora estivesse suspenso, ainda era membro pleno do bloco e, de acordo com os estatutos do Mercosul, também devia aprovar o ingresso de um novo parceiro nessa condição.



O novo protocolo, idêntico ao anterior mas com data de hoje, poderá ser agora enviado pelo governo de Horacio Cartes ao Senado paraguaio para sua ratificação.



Esse trâmite não será necessário na Argentina, Uruguai e Venezuela, cujos Parlamentos já aprovaram o primeiro dos protocolos.



No entanto, para que o país andino seja considerado membro de pleno direito ainda falta a aprovação das câmaras legislativas da própria Bolívia, do Paraguai e também do Brasil, que apesar de ter assinado também o primeiro dos protocolos, quase três anos depois ainda nem sequer iniciou o devido trâmite parlamentar.



Na mesma cerimônia realizada hoje, e pelas mesmas razões, também foram assinados novos protocolos sobre a adesão da Guiana e Suriname ao Mercosul, mas em qualidade de Estados associados. 
Mercosul  fica mais fortalecido? 25/07/15.

EUA e Irã anunciam acordo nuclear; para Israel, é 'erro histórico'

Posted by João Luis

Reunião em Viena
Reunião contou com secretário de Estado americano, John Kerry, ao lado de colegas da Alemanha, China, Grã-Bretanha, França e Rússia

Após complicadas negociações em Viena, na Áustria, o Irã aceitou nesta terça-feira (14) um acordo para limitar sua atividade nuclear em troca da suspensão de sanções econômicas internacionais.

O presidente americano, Barack Obama, disse que isso "acaba com qualquer caminho para a construção de uma arma nuclear" no Irã.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que está dado início a um "novo capítulo" nas relações do país com o mundo.
O acordo vinha sofrendo resistência de políticos conservadores do Irã e dos Estados Unidos.
Obama, que está tentando convencer o Congresso americano dos benefícios do acordo, disse que ele obrigará o Irã a:
  • remover dois terços das centrífugas instaladas e armazená-las sob supervisão internacional;
  • livrar-se de 98% do urânio enriquecido que possui;
  • aceitar que as sanções podem ser rapidamente aplicadas de novo caso do acordo seja violado;
  • dar à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) acesso "quando e onde for necessário".
O Congresso americano tem 60 dias para avaliá-lo, mas Obama já afirmou que vetará qualquer tentativa de rejeitá-lo.

Mundo 'mais seguro'

Obama terá que convencer Congresso americano a aprovar acordo
As negociações entre o Irã e seis potências mundiais - Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha - começaram em 2006.
Chamado de P5+1, o grupo buscava garantias de que o Irã reduzisse significativamente sua atividade nuclear por temer que o país pudesse construir uma arma atômica.
Por sua vez, o Irã afirmava que seus objetivos com este tipo de energia eram pacíficos.
Em um discurso na televisão, Obama afirmou que o acordo tornará o mundo "mais seguro" ao permitir que as instalações nucleares iranianas possam ser rigorosamente inspecionadas.
"Este acordo não é feito com base na confiança - é feito com base na verificação", disse Obama.
Logo depois, foi a vez de Rouhani ir à TV. O presidente iraniano disse que "as preces dos cidadãos do seu país foram atendidas".
Ele afirmou que o acordo levaria à remoção de todas as sanções, acrescentando que elas nunca foram bem-sucedidas.
"Mas, ao mesmo tempo, afetavam a vida das pessoas", disse Rouhani.

'Crise desnecessária'

Ministro Zarif reconheceu que acordo não é perfeito, mas disse ser a 'melhor conquista possível'
Tanto Rouhani quanto o ministro de Relações Exteriores do país, Mohammad Javad Zarif, se referiram à disputa em torno do programa nuclear do Irã como uma "crise desnecessária".
A chefe de politica externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o acordo fechado na Áustria é "um sinal de esperança para todo o mundo".
"É uma decisão que pode abrir um novo capítulo nas relações internacionais", disse ela.
O ministro Zarif afirmou que o acordo "não é perfeito para ninguém", mas que se trata do "melhor conquista possível".
Separadamente, a agência e o Irã assinaram um compromisso para resolver questões pendentes do programa nuclear iraniano.
A diretora da IAEA, Yukiya Amano, disse a jornalistas em Viena que sua organização firmou um passo a passo para "dar clareza ao passado e ao presente" deste programa.
Ela considerou o acordo um "avanço significativo", dizendo que ele permitirá que a agência "faça uma avaliação das possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano até o fim de 2015".

'Erro histórico'

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o acordo "é um erro histórico" que fornecerá ao Irã "centenas de bilhões de dólares que servirão de combustível para sua máquina de terror e sua expansão e agressão no Oriente Médio e ao redor do mundo".
Kevin Connoly, correspondente da BBC no Oriente Médio, explica que os inimigos do Irã continuam a acreditar que o país está determinado a adquirir armas nucleares em algum momento e que os iranianos apenas aceitaram adiar este objetivo em troca de concessões de curto prazo.
"Existe ainda o perigo de que a Arábia Saudita pense que o poderio nuclear de um Estado xiita (como o Irã) deva ser equiparado pelos Estados sunitas", afirma Connolly.
"Isso faz com que o pesadelo de uma corrida por armas nucleares no Oriente Médio fique mais próximo da realidade."
Ato de paz! 25/07/15.



Banco de Desenvolvimento do Brics entra em operação

Posted by João Luis

Presidente do NDB, o indiano Kundapur Vaman Kamath  (Foto: Reuters)
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), a entidade financeira multinacional criada pelos cinco países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), começou a operar nesta terça-feira (21) em Xangai.

A nova instituição, em princípio chamada de Banco de Desenvolvimento do Brics, foi concebida como uma alternativa desses países ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), "dominados pelos Estados Unidos", explica o diretor do NBD, o indiano Kundapur Vaman Kamath.
O ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, o prefeito de Xangai, Yang Xiong, e o próprio Kamath celebraram hoje a abertura formal da instituição em um hotel da capital financeira do país, de acordo com a agência oficial de notícias chinesa "Xinhua".
O banco pretende financiar uma maior cooperação entre os cinco países, que somam 41,4% da população mundial e mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. E, ao contrário do BM, que determina os votos conforme a participação de capital de cada membro, o NBD permitirá um voto por país, sem previsão de vetos.
A entrada em funcionamento do banco ocorre pouco depois da sétima cúpula do Brics, realizada em Ufa, na Rússia, no início deste mês.
A criação da nova entidade e de um acordo de reservas de contingências com um fundo de US$ 100 bilhões (US$ 41 bilhões deles garantidos pela China) para reagir às possíveis "contingências" inesperadas, desafia assim o controle e a influência dos Estados Unidos sobre as finanças mundiais.
Os dois principais órgãos financeiros internacionais, o BM e o FMI, nasceram após os acordos da conferência de Bretton Woods, em New Hampshire (EUA), no ano de 1944.
Agora, os cinco países fundadores do NBD tratam de dar seus primeiros passos compartilhando uma parte da responsabilidade da nova entidade financeira mundial.
O banco terá sua sede central na China, em Xangai, um presidente indiano, um diretor brasileiro e a autoridade da entidade na Rússia, enquanto um escritório regional será estabelecido na África do Sul.
Contudo, a abundância de órgãos de desenvolvimento regionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou seus equivalentes na Ásia e na África, levantou dúvidas em alguns analistas se era necessário uma entidade financeira para os Brics.
Para a Rússia, anfitriã da cúpula de Ufa, e com relações cada vez piores com a Europa pela crise da Ucrânia, pode representar um mecanismo para fortalecer sua influência geopolítica, como revelou através do convite há alguns meses para que a Grécia se somasse ao NBD.
A ideia, porém, parece não ser apoiada pelos demais países-membros.
Já para a China, espera-se que a sede do NBD em Xangai fortaleça o peso da cidade como um centro financeiro mundial.
 Parabéns aos emergentes! 25/07/15