Entenda o programa nuclear brasileiro

Posted by João Luis


Angra 2
O que é o programa nuclear brasileiro?
O programa nuclear brasileiro começou nos anos 50. A partir dos anos 70, o Brasil começou a construir e operar as usinas de Angra 1 e Angra 2, no litoral do Rio de Janeiro. O complexo é administrado pela estatal Eletrobrás
Termonuclear (Eletronuclear) e gera menos de 2% da energia consumida em todo o Brasil.

Além disso, o Brasil domina hoje o ciclo do combustível, que fornece material a ser usado nas usinas, através do enriquecimento de urânio no complexo de Resende, também no Rio de Janeiro.
O Brasil tem a sexta maior reserva geológica de urânio do mundo (segundo dados de 2001).
O programa está parado?
Não, mas analistas acreditam que ele está atrasado. Em janeiro de 2006, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, anunciou a intenção de construir sete usinas nucleares nos próximos 15 anos.
A primeira das usinas seria a de Angra 3, cuja construção precisa ser decidida pelo Executivo. Não há data prevista para a decisão. Entre os opositores do programa estão a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e grupos ambientalistas. O ministro da Ciência e Tecnologia é favorável. O objetivo do programa nuclear brasileiro, segundo ele, é fazer com que a energia nuclear responda por 5% da matriz energética nacional.
Reservas de urânio (em T)
Cazaquistão - 957.000
Austrália - 910.000
África do Sul - 369.000
Estados Unidos - 355.000
Canadá - 332.000
Brasil - 309.000
Namíbia - 287.000
Fonte: Indústrias Nucleares do Brasil
Outra meta do plano é fazer com que a unidade de Resende abasteça Angra 1 e 2 com 60% do material nuclear necessário, até 2010.
O Brasil tem planos para desenvolver tecnologia de armas nucleares?
A legislação brasileira proíbe o uso da tecnologia para fins não-pacíficos. Nos anos 70, durante o regime militar brasileiro, houve temores de que o Brasil desenvolveria armas nucleares, já que o país não aderiu ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
A partir dos anos 80, no entanto, o Brasil manifestou diversas vezes a intenção de desenvolver a tecnologia somente para fins pacíficos:
  • a Constituição de 1988 proíbe a difusão da tecnologia para fins que não sejam pacíficos;
  • em 1991, o Brasil firmou com a Argentina um acordo que criou a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC).
  • em 1994, o Brasil aderiu ao Tratado de Tlatelolco, que cria uma zona livre de armas nucleares na América Latina e no Caribe.
  • em 1998, o Brasil aderiu ao Tratado de Não-Proliferação.
Qual é a postura das agências internacionais em relação ao programa brasileiro?
O Brasil tem cumprido os principais tratados internacionais sobre energia nuclear.
Em 2004, no entanto, o país se envolveu em uma polêmica com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que queria maior acesso à tecnologia de enriquecimento de urânio desenvolvida em Resende.
O Brasil presidiu até 2007 o Grupo dos Supridores Nucleares, que define as regras de intercâmbio de material nuclear no mundo.
Atualmente o Brasil apresenta uma parceria com a China, que nos rendeu a autonomia para enriquecimento de urânio no território nacional. Existem projetos para ampliação do programa nuclear para todo o país, inclusive no Nordeste.
Post e comente a temática! 13/09/12
 

1 comentários:

  1. Unknown

    O caso de 2004 pode ser observado pelo ângulo que a agência queria se apropriar da tecnologia sem pagar nada por isso com a desculpa de investigação. (teorias de conspiração).
    Acredito que a energia nuclear seja necessária a logo prazo. Por enquanto o Brasil consegue utilizar a energia da hidro elétricas, mas com o aumento exponencial de consumo energético iremos precisar de muito mais energia.
    Vantagens da energia nuclear são a menor devastação de aréas para implantação e o principal defeito é o lixo residual. Mas ao invés de usar isso como desculpa para a não utilização, o ideal seria investimento para pesquisa de forma de neutralizar estes lixos.

    Alexandre Actis

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