O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo
Londoño Echeverry, confirmou os diálogos de paz com o governo do país em
um vídeo publicado nesta segunda-feira.
Conhecido como Timochenko ou Timoleón Jiménez, ele aparece no início das
imagens em um pronunciamento. "Chegamos à mesa de diálogo sem rancores
nem arrogâncias".
Líder das Farc confirma diálogo de paz em vídeo divulgado nesta segunda; guerrilha critica Brasil |
Após o pronunciamento, o chamado "Vídeo pela Paz" mostra um grupo de
jovens guerrilheiros fazendo um rap em uma área de floresta. Na música,
chamam o presidente Juan Manuel Santos de "pedante e burguês" que viu a
necessidade de pedir a Cuba que medeie os diálogos de paz.
"Vou para Havana, desta vez para conversar com o burguês que nos
procurava e não nos pôde derrotar. Vou para Havana, desta vez para
conversar com aquele que me acusava de mentir sobre a paz. Vou para a
Havana, sabem com que emoção vou conversar sobre a sorte da minha
nação".
Na letra, os jovens criticam o Brasil por vender ao governo colombiano
os aviões militares Super Tucanos, da Embraer, usados em operações
aéreas contra a guerrilha. Os Estados Unidos também são lembrados por
seu apoio no chamado Plano Colômbia.
Na semana passada, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos,
confirmou a aproximação com as Farc, depois que o canal de televisão
internacional Telesur e outros meios informarem sobre o encontro entre
as partes em Havana.
Em um discurso público ao país, Santos disse que "se desenvolveram
conversas iniciais com as Farc para buscar o fim do conflito", sem dar
mais informações.
As Farc pegaram em armas em 1964 e contam com 8.500 combatentes, segundo
números oficiais. Começou como uma guerrilha com cunho ideológico,
vinculada à esquerda radical, mas se tornou em um dos principais grupos
associados ao narcotráfico.
ACORDO
Segundo documento que mostra o acordo, as negociações começarão em Oslo,
na Noruega, e depois serão transferidas para Havana, onde serão
desenvolvidas.
As conversas terão o apoio dos governos de Cuba e da Noruega, em ambos
casos como "fiadores", e da Venezuela e Chile como "observadores".
Os detalhes aparecem no chamado "Acordo Geral para o Fim do Conflito e a
Construção de uma Paz Estável e Duradoura", revelado na última segunda
(27).
As partes signatárias do acordo assumem o compromisso de "pôr fim ao
conflito como condição essencial para a construção da paz estável e
duradoura" e "iniciar conversas diretas e ininterruptas".
A agenda do diálogo girará sobre os seguintes temas gerais: "política de
desenvolvimento agrário integral, participação política, fim do
conflito, solução ao problema das drogas ilícitas, vítimas e
implementação, verificação e referenda".
A América Latina e sua geopolítica. Post e comente a temática! 04/09/12.
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