Presidentes de bancos centrais europeus expressaram abertamente neste sábado a possibilidade da saída da Grécia da zona do euro.
O presidente do Banco Central da Alemanha, Jens Weidmann, afirmou que os
gregos devem decidir se continuam com o euro, mas alertou que, se o
país não mantiver seus compromissos com os empréstimos já recebidos, não
receberá mais ajuda.
"Se Atenas não mantiver sua palavra, será uma escolha democrática. A
consequência será que a base para uma nova ajuda (econômica) vai
desaparecer", disse.
Patrick Honohan, presidente do Banco Central da Irlanda, disse em uma
conferência em Tallinn, na Estônia, neste sábado, que saída da Grécia da
zona do euro seria danosa mas não necessariamente fatal para a moeda
europeia.
"Tecnicamente, pode ser gerenciado", disse.
"Seria um golpe na confiança na zona do euro como um todo. (...) Não é necessariamente fatal, mas não é atraente", acrescentou.
Na mesma conferência, Olli Rehn, comissário europeu para assuntos
econômicos e monetários, teria dito à agência "Bloomberg" que a Europa
"com certeza está mais resistente" a uma possível saída da Grécia da
zona do euro do que estava há dois anos, quando o bloco estava "muito
despreparado".
"Ainda acredito que a Grécia pode ficar na zona do euro se encontrar uma
forma de dar a certeza de que vai respeitar seus compromissos",
afirmou, acrescentando que a Grécia sofreria mais do que a Europa no
caso de uma saída.
Per Jansson, vice-presidente do Banco Central da Suécia, teria dito à
agência Bloomberg na sexta-feira que os presidentes de bancos centrais
da Europa já tinha começado a discutir a possibilidade da saída da
Grécia da zona do euro e como lidar com as consequências.
"Eu seria muito cuidadoso com a especulação de que seria um processo indolor e sem complicações", disse Jansson em Estocolmo.
ESFORÇO PELA COALIZÃO
Neste final de semana, o presidente grego, Karolos Papoulias, iniciou o
último esforço para tentar formar um governo de coalizão. Caso ele
fracasse, a Grécia não terá alternativa senão convocar novas eleições.
O país passou por eleições no domingo passado, mas nenhum dos partidos conseguiu maioria no Parlamento para formar um governo.
Neste domingo, Papoulias vai se reunir com os três maiores partidos, o
de centro-direita Nova Democracia, o socialista Pasok e o de esquerda
Syriza.
Mas, analistas afirmam que a possibilidade de Papoulias conseguir formar
um governo de coalizão é baixa, pois os partidos estão muito divididos a
respeito da questão da ajuda econômica da União Europeia e do Fundo
Monetário Internacional (FMI).
Segundo pesquisas de opinião, caso ocorra uma nova eleição, o partido de esquerda Syriza seria o maior beneficiado.
Os esquerdistas do Syriza rejeitam o pacote de ajuda da União Europeia e
do FMI, que exige duras medidas de austeridade em troca de um
empréstimo de 130 bilhões de euros (cerca de R$ 330 bilhões).
John Bournos, um porta-voz do partido, disse à BBC que o Syriza quer que
a Grécia continue na zona do euro, mas rejeita as medidas de
austeridade.
"O povo grego está sofrendo para pagar taxas de juros especulativas e
tornar mais ricos os sistemas bancários da Grécia e da Europa", disse.
A Europa tá pegando fogo. Viva os BRICS, Post e comente a respeito da temática! 13/05/12
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