O Brasil parece ter as melhores perspectivas no longo prazo entre as
potências econômicas emergentes, graças a sua estrutura política
estável, aos amplos recursos naturais e ao bom relacionamento com os
vizinhos, disse nesta terça-feira (28) o ex-presidente dos Estados
Unidos Bill Clinton, em um apoio evidente a uma economia que ultimamente
tem enfrentado dificuldades.
"Se eu estivesse sentado em uma sala apostando sobre o futuro dos países
em ascensão, eu apostaria primeiro no Brasil", afirmou Clinton.
A economia brasileira permaneceu estagnada no ano passado e deve crescer
apenas 1,7% em 2012 --menos do que a metade da média estimada para a
América Latina.
Alguns líderes empresariais acreditam que o modelo de crescimento do
país liderado pelas commodities e pelo crédito praticamente se esgotou, e
pedem que o governo corte os impostos e tome outras medidas urgentes
para estimular o investimento.
Falando em um fórum de banqueiros em São Paulo, Clinton reconheceu
alguns problemas, mas disse que o Brasil ainda "parece muito bem" em
comparação com as economias em crise na Europa e nos Estados Unidos.
O ex-presidente norte-americano afirmou que o Brasil está
comparativamente melhor do que a Índia, que enfrenta dificuldades com
uma agenda de reforma econômica estagnada, e a China, que apresenta
tensões com alguns de seus vizinhos e corre o risco de sofrer com
escassez de água e outros recursos naturais.
A China "daria tudo para ter os problemas ambientais que vocês têm",
disse Clinton a uma plateia formada em sua maioria por brasileiros.
Clinton falou ao lado de outros dois líderes proeminentes que também
defenderam o livre mercado e a globalização durante os anos 1990 --o
ex-premiê britânico Tony Blair e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso.
Blair citou o progresso do Brasil na redução da pobreza e da
desigualdade ao longo das últimas duas décadas, dizendo que o país é uma
inspiração para as nações africanas onde tem passado seu tempo
ultimamente e ainda uma prova de que o capitalismo liberal ainda
funciona, apesar da crise nos países da União Europeia e entre outras
nações ricas.
O Brasil levou mais de 30 milhões de pessoas --cerca de 15% de sua população-- para a classe média durante a última década.
Fernando Henrique Cardoso afirmou, por sua vez, que a presidente Dilma
Rousseff e o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva têm dependido muito do
estímulo ao crédito público e do setor privado, enquanto escorregam no
rigor fiscal.
"Há a impressão de que as coisas estão iguais (como nos anos 1990), mas na realidade houve muita mudança", afirmou.
O fórum foi promovido pelo banco de investimento Itaú BBA, uma unidade da Unibanco Holding.
Ex presidente com esse zelo todo com o Brasil é para desconfiar? Você acredita em todo esse crescimento? Post e comente a temática! 29/08/12.
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