OEA entregará fotos de vítimas do "voo da morte" para Argentina

Posted by João Luis


A Confederação Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos) entregará às autoridades de Buenos Aires 130 fotos, muito delas inéditas, de vítimas do "voo da morte".

A prática de extermínio usada durante o regime militar (1976-1983) consistia em jogar os prisioneiros vivos no Rio da Prata depois de serem dopados em um centro de detenção clandestino.

A medida foi anunciada pela imprensa local, que publicou nesta manhã algumas imagens dos corpos das vítimas que apareceram na outra margem do rio da Prata, ao longo da costa do Uruguai.

Parte das fotos mostra prisioneiros com as mãos e os pés amarrados e ferimentos no corpo por causa da tortura.

De acordo com a imprensa, a CIDH, órgão subordinado à Organização dos Estados Americanos (OEA), conservou por 32 anos as imagens e as recolheu durante a realização de um dossiê intitulado "observation in loco".

VALA COMUM

O anúncio da CDIH chega um dia após restos mortais de ao menos 15 pessoas terem sido encontrados em um prédio do Exército onde funcionou o maior centro clandestino de presos da ditadura, na província argentina de Tucumán.

A descoberta, tornada pública pelo Centro de Informação Judicial (CIJ), ocorreu em meio às escavações realizadas pela Equipe Argentina de Antropologia Forense no antigo Arsenal Miguel de Azcuénaga, na cidade de Tucumán.

"Até o momento encontramos ossos correspondentes a ao menos 15 indivíduos, parcialmente queimados, situados em diferentes profundidades", assinala o site do CIJ.

"Os corpos estavam na posição como caíram" e os especialistas estimam que a "fossa foi incendiada", como revelam restos de pneus e vestígios de combustão.

No local também foram encontrados projéteis de armas de fogo, pedaços de roupas e calçados.

O achado foi divulgado pouco depois da identificação do corpo do ex-senador Guillermo Vargas Aignasse, desaparecido em abril de 1976, após o golpe de Estado de março do mesmo ano. Os restos mortais do político estavam em outro centro de detenção, conhecido como Pozo de Vargas.

Em 2008, o general Antonio Domingo Bussi foi condenado à prisão perpétua pelo desaparecimento de Aignasse.

O Arsenal Miguel de Azcuénaga, base da chamada "Operação Independência" contra a guerrilha de esquerda em 1975, abrigou um campo de concentração de presos políticos durante a ditadura militar (1976/83).

A ditadura argentina deixou cerca de 30 mil desaparecidos, segundo organismos dos direitos humanos.

Só agora aparece tais fotos? Os reais responsáveis estão vivos ainda? E a ditadura no Brasil era diferente? Era prátix comum na América Latina? Post e comente a respeito da temática! 15/12/11

0 comentários:

Postar um comentário