CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU EXIGE AÇÕES CONTRA A SÍRIA

Posted by João Luis


O Reino Unido, a França, Portugal e Alemanha anunciaram nesta quinta-feira (18) que vão apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um novo projeto de resolução que inclui sanções concretas contra a Síria e suas autoridades.

O anúncio foi feito depois que a ONU denunciou que o país tem sido cenário de graves crimes contra a humanidade.

Assad lidera uma violenta repressão contra seus opositores, que, segundo ativistas de direitos humanos, já deixou mais de 2.000 mortos.

"É chegado o momento que o Conselho de Segurança tome mais medidas para aumentar a pressão sobre os responsáveis pela violência contra os civis sírios, assim vamos trabalhar em uma resolução nos próximos dias", disse à imprensa o vice-embaixador britânico na ONU, Philip Parham.

A vice-embaixadora americana na ONU, Rosemary DiCarlo, disse que Washington também apoiava "medidas adicionais" do Conselho de Segurança contra a Síria.

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta quinta-feira que existem indícios de crimes contra a humanidade na sistemática repressão por parte do regime da Síria das revoltas civis opositoras.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgou o relatório elaborado pela missão que visitou recentemente o país, no qual constata inúmeros casos de assassinatos e desaparecimentos, tortura e detenções ilegais.

O documento menciona "um conjunto de violações dos direitos humanos que constitui um ataque generalizado ou sistemático contra a população civil" e pede ao Conselho de Segurança da ONU que "examine um recurso ante o Tribunal Penal Internacional sobre a situação na Síria".

Bashar Assad, o ditador sírio, enfrenta crescente pressão internacional para parar a repressão e deixar o poder. Durante conversa por telefone com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, Assad afirmou que as operações militares contra opositores haviam sido suspensas.

"Todas as operações militares e as prisões em massa vão cessar de forma imediata", disse o porta-voz da ONU Farhan Haq.

EUA

O presidente Barack Obama exigiu nesta quinta-feira que o ditador sírio, Bashar Assad, renuncie, em comunicado enviado pela Casa Branca.

Obama afirmou que chegou o momento de Assad deixar o poder. "O futuro da Síria deve ser determinado por sua população, mas Bashar Assad está ficando no meio do caminho".

"Assad acredita que pode silenciar as vozes de seu povo usando táticas repressivas do passado. Mas ele está errado", disse. "É hora do povo sírio determinar o próprio destino, e vamos continuar firmemente a seu lado".

Em comunicado, porém, o presidente afirmou que os EUA não vão e não podem impor uma transição na Síria, uma vez que a população não deseja uma intervenção estrangeira na mobilização que criaram.

"O que os EUA vão apoiar é o esforço de criar uma Síria que seja democrática, justa e inclusiva para todos os sírios. Vamos apoiar isso pressionando Assad a sair do caminho dessa transição e defendendo os direitos universais dos sírios com os demais na comunidade internacional".

Entre as formas de pressão, o governo americano anunciou "sanções sem precedentes" com o objetivo de aprofundar o isolamento do regime de Assad para inviabilizar o financiamento de sua repressão contra os opositores.

O presidente assinou uma ordem executiva pedindo o congelamento de fundos do governo sírio nos EUA e proibindo os cidadãos americanos de se envolverem em qualquer tipo de transação envolvendo o regime do ditador.

A ordem, segundo comunicado, também bane importações de petróleo sírio e derivados, proíbe os americanos de lidar com produtos petrolíferos do país, bem como investimentos e operações na Síria. "Esperamos que as sanções [anunciadas] hoje sejam amplificadas por outros".

EUROPA

Poucos minutos depois do pedido de Obama, a União Europeia também soltou um comunicado requerendo que Assad deixe o poder e inicie um processo de transição no país.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou em comunicado que "a UE nota a perda completa da legitimidade de Bashar Assad aos olhos do povo sírio" e a necessidade de que ele deixe o poder.

Os líderes da França, Alemanha e Reino Unido também disseram, em comunicado conjunto, que o ditador deve renunciar pelos "interesses maiores da Síria e unidade de seu povo".

O presidente francês, Nicolas Sarkozy; a chanceler alemã, Angela Merkel; e o premiê britânico David Cameron, anunciaram ainda novas sanções contra o regime de Assad. Os três pediram que o ditador coloque um "fim imediato a toda violência", liberte os opositores presos e permita o acesso das Nações Unidas para conduzir uma missão de monitoramento da situação sem entraves.

A caça aos regimes totalitários continua. A "bola da vez" é a Síria. O conselho de segurança da ONU parece querer mostrar serviço, após muito desgaste em ações anteriores. Vamos aguardar os próximos capítulos e verificarmos o destino de mais um ditador no mundo árabe. Post e comente a respeito da temática! 19/08/11

0 comentários:

Postar um comentário