FGV desenvolve projeto de R$ 2 bilhões para agronegócio na África

Posted by João Luis

Uma área em Moçambique (sudeste da África) que equivale ao tamanho do Pantanal brasileiro deve se transformar num megaprojeto agrícola, com tecnologia e produtividade semelhantes às do cerrado do Brasil.
Além de descobrir vocações locais para o plantio de grãos (soja e milho), o projeto quer também estruturar propostas para a ocupação da área destinada à produção de álcool combustível.
No total, a região atingida tem 140 mil quilômetros quadrados.

Com o apoio da Embrapa, empresa estatal que faz pesquisa agrícola, a ideia é replicar em Moçambique a experiência de sucesso do agronegócio no cerrado brasileiro.
O plano de desenvolvimento será feito pela FGV Projetos, instituição criada pela Fundação Getulio Vargas.
A diferença desse projeto para outros é a tentativa da FGV de dar uma feição privada a todo o plano.
O fundo, batizado de Nacala (nome que é dado ao porto moçambicano), receberá recursos de investidores interessados em projetos agrícolas de maturação mais longa.
"Um dos desafios é o de buscar investidores que não queiram sair do fundo num prazo de cinco anos. A ideia é que eles fiquem por sete ou dez anos", explica César Campos, diretor da FGV Projetos.
Para isso, a FGV pretende estruturar projetos que ofereçam rentabilidade de 20% ao ano. "Como queremos ciclos mais longos para o investimento, o risco também passa a ser maior. Então, a rentabilidade precisa ser mais alta", diz.
A FGV busca entre bancos japoneses e brasileiros eventuais interessados em gerir o fundo. A meta é que, com essas condições, o fundo consiga atrair entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões.
Além de definir vocações regionais para produção agrícola, a FGV Projetos também será a responsável por negociar com o governo moçambicano o arcabouço legal que estará na base de todo o plano de desenvolvimento. É uma condição para dar segurança jurídica aos investidores privados.
Exemplo disso é a inexistência da propriedade privada em Moçambique. As terras são controladas pelo Estado e só podem ser exploradas mediante concessão.
O objetivo é que em dez anos haja um grande polo agrícola na África. Mas, apesar da ênfase na grande produção, o plano pretende contemplar a pequena propriedade rural, que poderá ter recursos a fundo perdido.
Além dos interesses de Moçambique, o plano tentará incluir expectativas do Japão e do Brasil. Hoje, a região possui um mina de carvão. O recurso é explorado pela Vale.
O contrato que viabiliza a estruturação do plano foi assinado ontem, em Brasília, pela ABC (Agência Brasileira de Cooperação) --ligada ao Itamaraty--, o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica, na sigla em inglês) e a FGV. 
A relação do Brasil com Moçambique lembra muito o período colonial. Sendo que o nosso país passa a exercer uma nova função no processo. Por outro lado, podemos dizer que vai gerar mais trabalho para nossos irmãos de língua e fortalecer o agronegócio africano. Post e comente a respeito da temática! 05/07/12

1 comentários:

  1. Unknown

    Lembra vagamente o período colonial, pois mesmo com todo o ganho que o Brasil sairá ganhando neste projeto, Moçambique terá um possível boom de desenvolvimento nos próximos 10~15 anos.
    Sem contar que a Embrapa pensa em fortalecer o pequeno agricultor, o que dinamiza de forma mais diversificada a economia local.

    Alexandre Actis

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