I Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) - Santiago, 27 e 28/01/2013

Posted by João Luis


I Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) - Santiago, 27 e 28/01/2013
Será realizada, entre os dias 27 e 28 de janeiro de 2013, em Santiago, a I Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
As origens da CELAC remontam à realização no Brasil, em 2008, da Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC), ocasião em que os Chefes de Estado e de Governo de todos os 33 países latino-americanos e caribenhos se reuniram pela primeira vez. Em 2010, durante a II Cúpula CALC, decidiu-se pela criação da CELAC, que entrou em funcionamento pleno com a aprovação de seu Estatuto de Procedimentos, em 2011.
A I Cúpula CELAC examinará os procedimentos institucionais para acelerar a integração regional e aprovará um Plano de Ação para 2013. A reunião em Santiago marcará ainda a transferência da Presidência Pro Tempore do Chile para Cuba.
"Encontro de Santiago, no fim de semana, discutirá entraves nas relações entre os dois blocos. Enquanto europeus em crise reclamam de protecionismo, autoconfiança faz latino-americanos tentarem impor diretrizes."
Claro que o Parlamento Europeu também quis produzir um documento dando sua posição sobre a próxima Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia. E claro que o texto não perdeu a oportunidade de, novamente, elogiar o encontro entre líderes europeus e latino-americanos como uma grande oportunidade para conseguir "claros acordos políticos" e novos progressos nas negociações. Mas os parlamentares europeus não poderiam deixar de dar uma pequena alfinetada.
A resolução pede "um clima estável para proteção dos investimentos" e lamenta o "protecionismo" recente de alguns países latino-americanos. Nomes não são mencionados, mas é claro a quem essa crítica se dirige. Ironicamente, as duas maiores economias do Mercosul, Brasil e Argentina, vêm isolando seus mercados cada vez mais.
Alfredo Moreno, ministro do Exterior chileno: "América Latina é solução e não problema"
Além da retórica cúpula
Comentários como esses mostram que nem tudo está indo bem nas relações entre a Europa e América Latina, como a retórica de cúpula gostaria de mostrar. A União Europeia é o maior parceiro comercial do Mercosul. Os investimentos europeus quase dobraram nos últimos dez anos, ultrapassando a marca dos 600 bilhões de dólares e se mantêm muito acima daqueles dos EUA. Mas o grande objetivo, um acordo de livre comércio, negociado há anos entre a UE e o Mercosul, ainda está muito longe de virar realidade.
Em vez de se pautar pelo consenso, o relacionamento entre os dois blocos é dominado por queixas mútuas diante da Organização Mundial de Comércio. Do outro lado do continente, no entanto, os países do Pacífico Chile, Peru, Colômbia e México há muito tempo já fecharam acordos bilaterais com os países europeus.
Além disso, as economias dinâmicas da América Latina deixam os europeus em crise cada vez mais inquietos. "A maioria já conseguiu muito ao longo dos últimos 10 a 15 anos. Isso é uma base para um novo equilíbrio dos relacionamentos", opina Christian Leffler, diretor para América do Norte e do Sul no Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE).
E a economia do continente cresce cheia de autoconfiança. Alfredo Moreno, ministro do Exterior do Chile, país anfitrião da cúpula, disse que a América Latina já não é mais parte do problema e sim uma fonte para possíveis soluções. Já a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não se cansa de enfatizar que os conceitos econômicos de EUA e Europa possivelmente não são o caminho certo.
Presidentes Cristina Kirchner e Dilma Rousseff: Argentina e Brasil são acusados de protecionismo pela UE
Nova autoconfiança
Os anfitriões se apresentam pela primeira vez como Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), um grupo em que estão representados todos os países americanos, menos os EUA e Canadá. A Celac pode aceitar que 15 de seus membros em breve sejam excluídos dos programas de desenvolvimento social da EU, afinal, a Europa tem que economizar, e a América Latina não precisa mais de ajuda financeira.
"A Celac deveria definir sua própria agenda em Santiago do Chile", diz Héctor Casanueva, diretor do Centro Latino-Americano para as Relações com a Europa. "Ela deve apresentar à UE um roteiro para a cooperação futura, incluindo interesses mútuos, tais como proteção ambiental, energia, pesquisa e desenvolvimento e educação", diz.
Diplomatas encarregados das negociações prévias à cúpula são ainda mais claros. Por eles, o texto da declaração final do encontro deve prever que investimentos europeus tenham "efeitos positivos sobre a sociedade civil, o meio ambiente e os interesses dos povos indígenas" do subcontinente.
Metas modestas
Já os objetivos dos europeus parecem modestos. Eles insistem na segurança dos seus investimentos e na proteção contra interferências de governo, tais como desapropriações. Exigências nas quais os chineses, que investem maciçamente na América Latina, sequer pensam.
Diante dessa situação, o analista político Juan Tokatlián, da Universidade do Torcuato di Tella, em Buenos Aires, não acredita que a cúpula de Santiago traga grandes novidades. "Há uma dissociação estrutural de longa data entre a UE e a América Latina. Os dois blocos têm prioridades cada vez menos confluentes." Se depender apenas de uma bonita retórica de cúpula, a situação dificilmente será mudada.
Post a respeito da temática! 27/01/13

Resultado da Rio+20 podia estar em papel higiênico', diz chefe da Eco-92

Posted by João Luis


Partes do relatório final da conferência Rio+20, realizada pela ONU em junho no Rio, foram tão fracas que poderiam ter sido impressas "em papel higiênico".
A avaliação foi feita ontem pelo canadense Maurice Strong, 75, secretário-geral da Eco-92, conferência sobre ambiente, também da ONU, realizada na cidade há 20 anos. A Eco-92 acabou se tornando um marco dos encontros ambientais globais.
"A parte oficial dos governos [na Rio+20] foi muito fraca, decepcionante. Por outro lado, a sociedade civil foi muito útil, com cerca de 50 mil pessoas presentes. Mas, para deixar as coisas claras, eu acho que o relatório final podia até ser impresso em papel higiênico", disse.
Wallace Teixeira - 15.jun.2012/Fotoarena
O canadense Maurice Strong durante a conferência Rio+20
O canadense Maurice Strong durante a conferência Rio+20
Em entrevista após palestra no Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Strong disse que, no relatório final, governos chegaram até mesmo a voltar atrás em pontos que já haviam sido definidos nas reuniões preparatórias.
"Infelizmente, em alguns momentos, a Rio+20 não esteve nem perto de ser discutida da maneira como ocorreu em 1992", queixou-se.
Para Strong, os governantes mundiais estavam -e ainda estão- mais preocupados com suas crises internas.
Durante a palestra, o ativista elogiou os esforços brasileiros no combate às mudanças climáticas e citou o investimento na produção de etanol como exemplo.
Apesar dos fracos resultados da Rio+20, avalia Strong, a cidade se tornou a capital mundial do ambiente e da sustentabilidade.
O secretário-geral da Eco-92 disse ainda que pensa em instalar na cidade a sede da Earth Council Alliance, entidade criada por ele há 20 anos, que busca pressionar os governos a respeito de questões climáticas.
Mas seu maior esforço atual, disse, é para que Brasil e China se aproximem e façam parcerias sustentáveis.
Em sua opinião, por terem economias complementares, os dois países podem criar para o mundo um novo conceito de sustentabilidade.
Comente a temática de férias! 15/01/13