Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, afirma que o resultado negativo da indústria se deve, mais especificamente, a uma forte queda em dezembro de 2013. "Ainda não conseguimos recuperar desse tombo, resultado de um ajuste diante de um consumo doméstico mais fraco e sem conseguir aumentar as exportações. Os números devem continuar em baixa", explica. Zara concorda que a redução dos investimentos se deu devido à retração na produção e importação de bens de capital, mas relaciona o fato, ainda, aos baixos níveis de confiança da indústria e da economia.
Já o ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas argumenta que investir está mais caro. "Para conter a inflação, os juros ficaram mais altos tanto para consumir quanto para investir. A taxa média de juros cobradas das pessoas físicas encerrou o 1º trimestre de 2014 em 41,6% ao ano, a maior desde o início de 2012, segundo dados do Banco Central. O credito para as empresas seguiu mesma trajetória. Em março a taxa média dos recursos livres estava em 23,1%. Um nível recorde dos últimos dois anos.
Em relação ao ano de 2014, Galvêas não enxerga bons resultados. "As previsões que já não eram muito favoráveis tendem a ser corrigidas para baixo. Antes da divulgação dos dados de hoje, a maior parte dos analistas, esperava uma alta superior a 2,0% no comparativo entre o primeiro trimestre desse ano e o mesmo período do ano passado. O IBGE apurou alta de 1,9%. Para 2014, as expectativas, que estavam em +1,6%, provavelmente vão ser revistas novamente", finaliza.
A agropecuária, por sua vez, apresentou um crescimento de 3,6%, depois de recuar 0,5% no quarto trimestre de 2013. A economista da Rosenberg Associados lembra que a agropecuária tem um movimento mais oscilatório. "Nos dois períodos anteriores houve queda, então foi normal a recuperação. Esse ano deve ter entre 1% e 2% de crescimento, enquanto no ano passado foi 7,3%, bem forte. Isso tem mais a ver com a questão de safra", explica. Zara reitera que a previsão da empresa para o país em 2014 é de 1,6%, como explicitado em análise publicada anteriormente no Jornal do Brasil.
De acordo com Claudio Dedecca, economista da Unicamp, a queda no consumo familiar não é tão relevante. "O primeiro trimestre é desfavorável em termos de consumo, por causa do carnaval e do Natal. Há uma certa desaceleração já esperada. Além disso, o consumo deve aumentar no segundo trimestre com a Copa", indica. Por outro lado, a queda nos investimentos é "altamente preocupante", segundo o professor. "Desde o segundo trimestre do ano passado, o quadro econômico tornou-se tenso, o que pode estar influenciando negativamente os investimentos", sugere. Ele também destaca que a Copa também pode afetar este setor, assim como a produção industrial. "A Copa estimula o consumo, mas, ao mesmo tempo, provoca paradas produtivas. Não teremos tantas paradas no comércio e nos serviços, mas os investimentos e a indústria podem ser influenciados negativamente", conclui Dedecca.
Esses são os verdadeiros números da economia brasileira. Não crescemos mais por falta de investimentos em tecnologia e melhores bolsas de estudos e pesquisas nas universidades. País que pretende aliar crescimento econômico com desenvolvimento econômico, precisa de uma gestão mais ousada. Post e comente a temática! 31/05/14.
0 comentários:
Postar um comentário