O escândalo em torno da renúncia do diretor da CIA, general David Petraeus, ganhou novos contornos nesta segunda-feira, com as crescentes críticas à atuação do FBI e a suspeita de que a amante dele teve acesso a informações sigilosas.
O FBI (a polícia federal americana) está sob pressão para revelar como descobriu que Petraeus e a biógrafa dele, Paula Broadwell, tinham um caso extraconjugal. Informações dão conta de que os agentes descobriram a relação -que durava quatro meses- ao investigarem e-mail ameaçadores anônimos enviados pra uma segunda mulher, Jill Kelley, amiga da família de Petraeus. A investigação teria revelado Broadwell como autora das mensagens.
Foi no monitoramento das mensagens de Broadwell que os agentes encontraram mensagens do general e, então, concluíram que os dois tinham um caso.
Há dúvidas sobre os motivos pelos quais o FBI foi envolvido na investigação em seu estágio inicial. Também não se sabe porque os agentes não comunicaram antes o Congresso americano ou a Casa Branca sobre a descoberta. O Departamento da Justiça e ao menos um congressista republicano, porém, admitem ter tomado conhecimento do caso antes da semana passada.
O general David Petraeus, que teve o caso extraconjugal com sua biógrafa, Paula Broadwell (à dir.), revelado após uma briga entre ela e uma amiga dele, Jill Kelley (à esq.) |
O presidente Barack Obama só soube que o seu diretor da CIA (a agência de inteligência dos EUA) estava sendo investigado pelo FBI na quarta-feira passada (7). Na sexta (9), o general entregou sua renúncia.
O segundo "front" do escândalo que foi revelado nesta segunda-feira é o de que dados considerados sigilosos foram encontradas no computador de Broadwell, que foi entregue por ela mesma, de forma voluntária, ao FBI. Ademais, ela teria revelado no mês passado, durante uma palestra na Universidade de Denver, que agentes da CIA realizavam prisões em Benghazi, na Líbia.
Na palestra, Broadwell afirma que foi por causa dessas prisões -que contrariam o regulamento da agência desde 2009- que terroristas atacaram o consulado dos EUA naquela cidade, em setembro passado. O atentado matou quatro diplomatas, entre eles o embaixador Chris Stevens.
Na época, o governo Obama atribuiu o ataque a uma série de protestos contra missões diplomáticas dos EUA em países muçulmanos em represália à publicação, no site YouTube, de um vídeo que satirizava o islã. Levou alguns dias para que as autoridades começassem a tratar o caso como um ato de terrorismo.
Nesta segunda-feira, a CIA negou a informação, bem como qualquer envolvimento no episódio em Benghazi.
"Barraco na Casa branca". Post e comente a temática! 13/11/12.
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