Resultado não é vinculante, mas pode abrir crise no bloco
Por um placar de 61% a 38%, os holandeses rejeitaram nesta quarta-feira (6) o acordo de associação
entre a União Europeia e a Ucrânia, tratado que está na origem da
enorme crise política e militar que atinge Kiev desde o fim de 2013.
Proposta
pelo eurocético Partido para a Liberdade, de Geert Wilders, que reuniu
mais de 420 mil assinaturas para realizá-la, a consulta popular não tem
caráter vinculante, mas o primeiro-ministro Mark Rutte já havia
prometido escutar a voz das urnas caso o quorum superasse os 30%.
Segundo dados oficiais, a participação foi de 32,2%.
O acordo
entre UE e Ucrânia está em vigor desde 1º de janeiro e foi ratificado
pelos parlamentos dos 28 Estados-membros do bloco, mas alguns governos,
inclusive o holandês, ainda não deram seu aval definitivo. Com esse
resultado, os eurocéticos esperam forçar Rutte a reconsiderar a ideia de chancelar o pacto.
Há
algumas semanas, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude
Juncker, chegou a dizer que uma eventual vitória do "não" no referendo
na Holanda poderia abrir caminho
para uma "crise" no bloco. Além disso, especialistas afirmam que a
consulta pode colocar sob forte pressão todo o sistema decisório da UE, a
apenas dois meses da votação que definirá o futuro do Reino Unido na
União.
No fim de 2013, o acordo de associação havia sido
engavetado pelo então presidente da Ucrânia, o pró-Rússia Viktor
Yanukovich, motivando grandes manifestações de rua na parte ocidental do
país, que culminaram na queda do mandatário e na consequente anexação
da Crimeia por Moscou.
Com a saída de Yanukovich do poder, grupos
favoráveis à integração europeia assumiram o governo em Kiev e
assinaram o tratado com a UE, embora a Ucrânia ainda não tenha dado por
encerrada a guerra civil com movimentos separatistas pró-Rússia na
região de Donbass.
A atual situação da UE revela o estado de espírito do bloco. Não querer a entrada da Ucrânia na organização é legitimar o discurso da Rússia de uma possível união EURASIANA. Post e comente a temática em questão. 07/04/16
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