A Bósnia-Herzegovina apresentou ontem (15) seu pedido formal de
adesão à União Europa, confirmou a representante da diplomacia do bloco,
a italiana Federica Mogherini. O maior desafio
do país será acelerar as reformas exigidas pela UE para evitar que o
processo de adesão se arraste por vários anos. Além disso, alguns
especialistas acreditam que o pedido formal de ingresso é apenas uma
tentativa do governo local de desviar a atenção pública das crises
políticas e sociais. "Este ano será um ano difícil", admitiu o
presidente em exercício da Presidência colegiada da Bósnia, Dragan
Covic, durante cerimônia em Bruxelas, na qual apresentou o pedido
oficial de adesão do país. "Temos que melhorar a nossa economia.
Teremos eleições locais e será uma oportunidade
para demonstrar que podemos reformar o nosso país. Vemos que a nossa
vizinha, Croácia, já é um membro da UE. Montenegro e Sérvia também estão
no caminho da integração à UE. A Bósnia-Herzegovina também faz parte
deste continente", disse Covic.
A Bósnia foi classificada em 2003 como "potencial candidato" à UE, mas nunca conseguiu
ingressar no bloco devido às divisões políticas internas com sérvios,
croatas e muçulmanos, os quais têm bloqueado o processo de reformas
exigidas pela Europa em troca da adesão.
A ex-república
iugoslava foi declarada independente em 1992 e foi assolada por uma
guerra civil nos três anos seguintes. Desde então, a Bósnia-Herzegovina
continua dividida em duas entidades: Federação Croato-Muçulmana e
Republica Srpska. Em fevereiro de 2015, o Parlamento central do país
adotou uma declaração se comprometendo a aplicar as reformas exigidas
pela UE para ingressar no bloco, mas o processo sofreu uma série de
impasses. Atualmente, a Bósnia enfrenta uma crise econômica com uma taxa
de desemprego acima de 40% e focos de movimentos islâmicos radicais,
além de protestos sociais.
Estaríamos vivendo um novo momento na Europa? Ou seria apenas uma forma de camuflar o caos das economias europeias e sua eterna crise social reguladora? 16/02/15
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