O presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu hoje (3) que grande parte do mundo considera que a Rússia violou o direito internacional ao intervir na Ucrânia. Obama disse que Moscou tinha se colocado “do lado errado da História” ao mobilizar forças militares dentro da Ucrânia, depois de o presidente pró-russo, Viktor Ianukóvitch, ter sido deposto na sequência de uma revolta popular.
“Penso que o mundo está, em grande parte, unido no reconhecimento de que os passos dados pela Rússia constituem uma violação da soberania ucraniana e uma violação do direito internacional”, sustentou.
O novo governo pró-ocidente da Ucrânia acusou a Rússia de ter planejado uma invasão, ao deslocar tropas para solo ucraniano, na península da Crimeia. Moscou argumenta que poderá ser forçada a atuar para proteger os russos e russófonos na Ucrânia do caos surgido após a revolta popular contra Ianukóvitch. As potências ocidentais consideram adotar sanções para punir a Rússia pela intervenção.
“Se de fato os russos continuarem na atual trajetória, estamos analisando uma série de medidas – econômicas e diplomáticas – que isolarão a Rússia”, disse o chefe de Estado norte-americano às autoridades russas.
A Rússia enviou, nas últimas horas, tropas para a República Autônoma da Crimeia, região no Sul da Ucrânia de maioria pró-Rússia e estratégica para Moscou, que tem ali a base da sua frota no Mar Negro. A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos, depois de o governo autônomo ter rejeitado o novo governo da Ucrânia, formado pelos três principais partidos de oposição ao presidente Viktor Ianukóvitch, atualmente exilado.
Otan convoca segunda reunião de emergência sobre Ucrânia
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai realizar amanhã (4) a segunda reunião de emergência, em 48 horas, sobre a situação da Ucrânia, após um pedido da Polônia, que alega estar ameaçada pela possível intervenção armada da Rússia. Segundo o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a reunião vai analisar os desenvolvimentos em torno da situação na Ucrânia, que são vistos como uma ameaça para os países vizinhos e com “sérias e diretas implicações para a segurança e estabilidade da área Euro-Atlântica”.
“Nos termos do artigo 4.º do Tratado [de Washington], qualquer aliado pode solicitar consultas sempre que, na opinião de qualquer um deles, a sua integridade territorial, a independência política ou a segurança é ameaçada”, cita o comunicado da Otan. A Polônia pediu no sábado à noite a convocação urgente do Conselho do Atlântico Norte, por se sentir ameaçada pela possível intervenção armada da Rússia na vizinha Ucrânia.
Ao entrar para a primeira reunião de emergência, que aconteceu ontem (2), o secretário-geral da Otan descreveu a situação na Ucrânia como “uma ameaça à paz e à segurança da Europa”, exortando a Rússia a parar com as atividades militares e as ameaças contra a Ucrânia. A União Europeia convocou para quinta-feira (6) de manhã uma assembleia extraordinária para discutir a situação na Ucrânia, depois que ministros de Negócios Estrangeiros dos 28 países-membros terem se reunido para debater a situação.
E a situação ainda sem solução. Post e comente a crise na Ucrânia. 04/03/14.
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