A China acusou nesta segunda-feira o Japão de querer politizar a criação de uma zona de defesa aérea que inclui áreas disputadas com Tóquio e Seul. A medida foi anunciada na semana passada de forma unilateral por Pequim e gerou forte atrito com os vizinhos e os Estados Unidos.
De acordo com o texto chinês anunciado em 26 de novembro, todos as aeronaves estrangeiras que entrarem no que a Pequim considera seu espaço aéreo no mar do Leste da China devem se identificar, apresentar seu plano de voo e manter comunicação por rádio.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, afirmou que o país pede ao Japão que "detenha suas acusações sem fundamento, mostre uma atitude responsável e coopere para manter a ordem na zona".
A declaração é uma crítica ao governo japonês, que pediu às empresas aéreas do país não avisar aos chineses caso passem pela zona disputada. Para Pequim, a decisão "não faz nenhum bem para a cooperação em aviação civil".
"A zona de defesa aérea não está direcionada a nenhum país concretamente. Procura salvaguardar nosso território e não afetará a liberdade de voo. Esperamos que outros países nos entendam e cooperem conosco", defendeu Hong.
Além do Japão, a Coreia do Sul também orientou suas companhias aéreas a não avisar Pequim se passarem perto das áreas disputadas. A decisão é tomada mesmo após os Estados Unidos aconselharem as empresas do país a comunicarem aos chineses caso transitem pela nova zona de defesa aérea.
Em resposta, o porta-voz do gabinete nipônico, Yoshihide Suga, descartou qualquer mudança no pedido às empresas, mesmo com a diferença de critério adotado por Washington. Ele ainda afirmou que Tóquio quer manter a sintonia com os Estados Unidos para enfrentar a crise diplomática.
TENSÃO
O anúncio da criação da zona de defesa aérea no mar do Leste da China elevou a tensão na região ao incluir ilhas disputadas entre Tóquio e Pequim, chamadas Diaoyu pelos chineses e Senkaku pelos japoneses. A área também inclui a plataforma rochosa de Ieodo, que é disputada por chineses e coreanos.
Após a decisão unilateral da China, diversos aviões dos EUA, Japão e Coreia do Sul cruzaram a aérea sem cumprir com o estabelecido por Pequim. Esses e outros países, como a Austrália e Filipinas, mostraram sua "preocupação" e seu "mal-estar" pela nova zona aérea da China.
Nesta segunda, os Estados Unidos enviaram um avião militar para caçar submarinos e outras embarcações em áreas próximas da China, além de outros seis aviões militares. O reforço, já previsto antes da polêmica provocada pela declaração de Pequim, é feito um dia antes da chegada do vice-presidente Joe Biden.
Disputar espaço aéreo é no mínimo um ato de risco, principalmente quando a China é parte interessada. Fica a pergunta. Por que o Japão tem interesse nessa área de litigio com a Coreia do Sul? Post e comente a temática! 02/12/13.
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