A suspensão por seis meses por parte do Irã de algumas de suas polêmicas atividades nucleares prevista pelo acordo acertado com as grandes potências começará no final de dezembro ou início de janeiro, afirmou a agência de energia nuclear da ONU (AIEA) nesta sexta-feira.
Perguntado para quando espera o início do acordo, que tem seis meses de duração, o embaixador Reza Najafi disse a repórteres: "Esperamos que ou no fim de dezembro ou no começo de janeiro a gente possa começar a implementar as medidas acertadas por ambos os lados."
O acordo provisório concluído no domingo (24), em Genebra, entre Teerã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha mais a Alemanha) é válido por seis meses.
Ele deve se tornar definitivo dentro de um ano.
Em virtude do acordo, o Irã deixará de enriquecer urânio a mais de 5% durante seis meses, suspenderá a construção do reator de água pesada de Arak, destinado inicialmente a fabricar plutônio, um material útil para fabricar bombas atômicas, e permitirá um acesso maior dos inspetores internacionais às instalações nucleares.
Em compensação, serão aliviadas em parte as sanções internacionais impostas há anos ao Irã por enriquecer urânio.
As potências ocidentais e Israel suspeitam que o programa nuclear do Irã tem o objetivo de obter armas atômicas. Teerã sempre negou que essa acusação.
AIEA
A AIEA terá um papel primordial na hora de verificar a aplicação do acordo.
Najafi assinalou que já houve conversas preliminares com a agência a propósito da verificação.
Na quinta-feira (28), o diretor-geral da agência atômica da ONU, Yukiya Amano, admitiu que sua instituição não tem meios suficientes para desempenhar as tarefas suplementares previstas pelo acordo de Genebra.
"Isso vai requerer uma quantidade significativa de dinheiro e um aumento de pessoal. O orçamento da AIEA está muito apertado. Não creio que possamos cobrir o conjunto das tarefas com nosso próprio orçamento", afirmou.
Também na quinta, o Irã convidou a AIEA para inspecionar, a partir de 8 de dezembro, o local de produção de água pesada em Arak.
O reator de Arak está no centro das preocupações das grandes potências, pois poderia fornecer ao Irã a capacidade de extrair plutônio, uma alternativa ao urânio enriquecido para construir uma bomba atômica.
A AIEA já inspecionou em várias ocasiões este reator, mas nunca recebeu detalhes sobre o seu projeto e seu funcionamento desde 2006 e não é autorizada a visitar o local de produção de água pesada desde agosto de 2011.
O Irã se comprometeu a abrir a usina de Arak para inspetores da agência dentro do acordo provisório de seis pontos para "estabelecer a confiança entre as duas partes".
Este acordo, assinado em Teerã em 11 de novembro durante uma visita de Yukiya Amano, também inclui uma visita à mina de urânio de Gachin e um compromisso do Irã de fornecer informações sobre seus possíveis planos para novos reatores nucleares de enriquecimento no local.
"Todas as demais questões em suspenso, incluindo as levantadas em relatórios anteriores, serão abordados aos poucos", indicou o chefe da AIEA.
Vejamos se agora a situação fica mais calma e finalmente a questão nuclear no Irã ganha uma capitulo final. Post e comente a temática! 30/11/13.
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