Putin ameaça armar aliados da Rússia se EUA atacarem a Síria

Posted by João Luis

O presidente russo Vladimir Putin ameaçou nesta quarta-feira, veladamente, armar aliados de seu país no futuro, se o Ocidente de fato atacar a Síria.
A mensagem do mandatário, emitida em entrevista ao Canal 1 da TV russa e para a Associated Press, se dá na véspera da abertura da 8ª Cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do planeta mais cinco convidados especiais.

Embora o G20 seja um clube eminentemente econômico, a Síria acabou se tornando uma espécie de convidado indesejado, na medida em que há um choque de posições entre o anfitrião, Putin, e o líder da mais importante economia do grupo, Barack Obama.
Putin rejeitou, de novo, as evidências até agora apresentadas pelos Estados Unidos e seus aliados sobre o ataque com armas químicas que a ditadura de Bashar al-Assad teria perpetrado contra redutos rebeldes no último dia 21.

Em entrevista, Vladimir Putin defende armar aliados russos no futuro se EUA fizer intervenção militar na Síria
Em entrevista, Vladimir Putin defende armar aliados russos no futuro se EUA fizer intervenção militar na Síria
Não passam, diz o presidente russo, de "rumores e conversas". Não bastam, prosseguiu, para que uma resposta seja aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual a Rússia tem poder de veto.
Para que o CS possa atuar, seria necessária "uma prova profunda e específica, contendo evidências que provem além de qualquer dúvida quem o fez e que meios foram utilizados",
Putin voltou a lembrar o caso do Iraque, em que os EUA invadiram o país a partir da informação, que se provou falsa, de que o ditador Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. "Esqueceram-se disso?", perguntou o presidente retoricamente.
A ameaça velada apareceu na frase seguinte: se as potências ocidentais de fato atacarem a Síria, "nós [na Rússia] deverímos pensar como agir no futuro, em particular no que diz respeito ao fornecimento de armas sensíveis para certas região do mundo".
É uma clara alusão ao fato de que a Rússia ainda não completou a entrega à Síria de modernos sistemas de mísseis terra-ar, modelo S-300, que obviamente tornariam ainda mais complicada uma operação aerea do Ocidente contra alvos em território sírio.
SAIBA MAIS
A expectativa em São Petersburgo, sede da cúpula, é a de que o tema Síria seja discutido, até sobrepondo-se às questões econômicas que são o foco central do G20, desde o seu nascimento em 1999, primeiro como reunião de ministros de Economia e, a partir de 2008, envolvendo os chefes de governo.
Uma clara indicação de que o tema, que não está na agenda oficial, acabará surgindo é a predisposição de Angela Merkel, a chanceler alemã, de buscar, na cúpula, "uma resposta unida da comunidade internacional" ao ataque com armas químicas. Merkel não antecipou qual resposta, mas descartou a participação alemã em um eventual ofensiva.
A presidente brasileira Dilma Rousseff não fez até agora nenhuma declaração formal a respeito, mas é conhecida a posição brasileira de que o ataque só se tornaria possível se aprovado pelo Conselho de Segurança, o que o veto russo torna impossível.
E a saga continua. Cada capítulo passado leva a uma nova análise do problema. Por que tanta blindagem da Rússia em relação a Síria? E qual o verdadeiro interesse dos Estados Unidos em uma invasão ao país árabe? Fazer valer os Direitos Humanos? Ou alimentar sua indústria bélica? Post e comente a temática! 05/09/13.  

2 comentários:

  1. Família Vieira

    professor, seu blog é muito bom! seria bom que você criasse uma página no face para ele, de modo que ficaria mais visivel o conteúdo para os alunos. abraço

    Danilo Augusto Pacheco
    colégio oficina 3C 2013

  1. João Luis

    Valeu pela sugestão. Assim que tiver tempo (depois do ENEM, claro!), Irei verificar a possibilidade de alteração. Forte abraço!

Postar um comentário