O instável governo de coalizão da Grécia conseguiu aprovar nesta quarta-feira (17) um projeto de lei para demitir trabalhadores do setor público, enquanto milhares de pessoas gritavam frases contra as medidas de austeridade em frente ao Parlamento.
A votação foi o primeiro grande teste para a coalizão de dois partidos do primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, desde que perdeu um aliado após o fechamento abrupto da emissora estatal no mês passado, que o deixou com uma maioria de apenas cinco deputados no Parlamento de 300 lugares.
O projeto inclui planos extremamente polêmicos para a transferência e demissão de 25 mil funcionários públicos, principalmente professores e policiais municipais, que tinham provocado uma semana de marchas, manifestações e greves quase que todos os dias.
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Cerca de 5 mil gregos foram para frente do Parlamento com a aproximação da votação, com alguns cânticos "nós não vamos sucumbir, a única opção é resistir" e segurando balões pretos, apesar de o comparecimento ter sido muito menor do que nos protestos do ano passado.
"Após 12 anos no emprego, demitem a gente em uma noite", dizia entre soluços a vigilante escolar Patra Hatziharalampous, de 52 anos, que protestava de uniforme. "Se eles tiverem o mínimo de coragem, deveriam dizer não ao resgate (financeiro internacional) e retirar alguns artigos da lei."
Em uma tentativa de aplacar os protestos, Samaras anunciou, horas antes da votação, o primeiro corte de impostos na Grécia desde o início da crise fiscal no país, há quase quatro anos.
"Apesar das dificuldades, coisas importantes e significativas estão acontecendo no nosso país", disse Samaras, num inesperado pronunciamento de rádio e TV, anunciando que o imposto sobre valor agregado (IVA) nos restaurantes, elevado a 23 por cento em 2011, será reduzido para 13 por cento a partir de agosto.
"Não vamos relaxar. Vamos continuar morro acima, vamos chegar ao topo, que não está longe, e dias melhores virão para a nossa gente", disse ele.
O premiê disse que o corte contribuirá para reduzir a evasão tributária, um grande problema no país e uma das razões para a crise da dívida de 2009. Ele alertou, no entanto, que a alíquota voltará a 23% se a evasão não diminuir.
Desde 2010, a Grécia já recebeu dois resgates financeiros de 240 bilhões de euros, mas em contrapartida precisou cortar salários do funcionalismo e elevar impostos. O país está em recessão há seis anos, e o desemprego é de 27%.
A crise na zona do Euro parece não ter fim. Até quando os "nanicos" da UE vão aguentar? E as potências? Vão sustentá-los? Post e comente a temática! 18/07/13.
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