O cenário é sempre o mesmo: o Palácio do Alvorada desfocado ao fundo, enquanto a câmera passeia lentamente sobre trilhos e dá movimento à imagem, sem tirar do primeiro plano a mesma personagem, sentada
- Marqueteiro trabalhou de graça para a presidente
- Programas sociais e medidas populares impulsionam aprovação de Dilma
O formato dos pronunciamentos de Dilma Rousseff na TV pouco mudou, mas os gastos para produzir os anúncios veiculados em rede nacional tiveram uma disparada nos últimos quatro meses.
Desde que foi eleita, Dilma já convocou emissoras de rádio e televisão para a transmissão de 12 pronunciamentos, que custaram aos cofres públicos um total de R$ 855 mil, em valores corrigidos.
O salto no valor pago -já descontando a inflação- foi de 37% entre o primeiro pronunciamento, quando Dilma apresentou o novo slogan do governo, em fevereiro de 2011, e o último, em março, no qual anunciou a desoneração da cesta básica.
Os valores pagos incluem despesas com produção, gravação e edição dos vídeos.
Em 2011, os quatro primeiros anúncios tiveram um custo unitário de produção de até R$ 66 mil. Já do final de 2012 até o começo de 2013, os três pronunciamentos feitos superaram os R$ 90 mil cada.
SEM REAJUSTE
A Presidência da República justifica o aumento dizendo que os preços não eram reajustados havia quatro anos.
"Em dezembro de 2012 houve uma atualização de valores na produção dos pronunciamentos, uma vez que os preços praticados remontavam ao ano de 2008."
Se mantiver o preço atual, o governo pode contabilizar em maio, com o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho, gastos de cerca de R$ 1 milhão com os anúncios de Dilma em rede nacional.
O governo federal não paga para veicular os vídeos em rádio e televisão -somente os custos com a produção.
Um decreto presidencial de 1979 prevê que as emissoras possam ser convocadas para divulgar gratuitamente assuntos de relevância.
AGÊNCIAS
Três agências de publicidade -Leo Burnett, Propeg e Nova S/B- que venceram licitação e têm contratos com a Presidência da República disputam entre si a confecção de cada pronunciamento.
A Propeg fez 10 dos 12 pronunciamentos de Dilma -muitos deles supervisionados por João Santana, o marqueteiro da campanha petista de 2010. Ele também foi responsável pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006.
Apesar de exigir das agências gastos discriminados e cotação de preços no mercado, o governo não informou à reportagem quanto foi pago, por exemplo, a diretores, cinegrafistas, editores, maquiadores e cabeleireiros.
Tudo está embutido no preço total do pronunciamento, uma vez que as agências de publicidade selecionadas para prestar o serviço têm liberdade de subcontratar profissionais de cada área.
"As agências são remuneradas pelos serviços por ela intermediados e supervisionados", afirma a Presidência.
O valor pago pelos pronunciamentos é abatido do contrato total das empresas com o governo federal.
No mercado do marketing político, o custo superior a R$ 90 mil é considerado alto, mesmo utilizando equipamentos de ponta e contratando os melhores profissionais de texto, arte, luz e direção de cena.
E o Brasil? Continua o mesmo. Post e comente a temática! 31/06/13
4 comentários:
Inacreditável. R$ 855 mil em propagandas? Não consigo compreender a finalidade de tantas edições se a imagem da presidente continua a mesma... Enquanto ela tenta melhorar a postuda e a própria imagem, o país pede reajuste é na câmara! Direitos humanos virando piada. Reajuste também nos projetos públicos, governamentais, escolas públicas que mal começaram o ano letivo, já estão iminente de pararem por conta de greves. E Dilma investindo tanta verba numa futilidade como essa. É para rir mesmo, esse é o Brasil.
Futilidade? Será mesmo que é futilidade esses poucos momentos que a presidenta tem com seu povo, mesmo com a mídia sempre tentando um grande golpe institucional. Fiquem de olho é no Judiciário, antes que o Presidente do STF vá ao Plenário do Congresso e diga que o cargo de Presidente está vago, como ocorreu em 1964.
Acho que não me fiz entender. Não disse que a colocação da presidente seja irrelevante, muito pelo contrário, essa é a maneira que os governantes veem de se comunicar com a população. ENTRETANTO, pessoalmente, não vejo necessidade de tamanho exagero de gastos! Boa parte desse dinheiro poderia ser destinado à educação, saúde, transporte do país. O Brasil tem dinheiro, o que está faltando são pessoas com vontade de fazer, vontade de utilizar essa verba (que não é pouca pelo que vimos acima), para sair da teoria de "estamos crescendo" para efetivar esse desenvolvimento.
Não sei se pode ser considerado exagero, pois não faço ideia do quanto custa um comercial, portanto não consigo taxar de caro/barato os valores acima. E nós já ssaímos da teoria do "estamos crescendo" faz tempo, está mais que provado.
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