Ao som de gritos que diziam "Chávez vive, a luta segue", o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse na noite desta sexta-feira como presidente interino do país.
Bastante comovido, Maduro começou seu discurso pedindo que o público perdoasse sua emoção. "Essa faixa pertence a Hugo Chávez, a Presidência pertence ao nosso comandante".
Maduro, designado por Chávez como seu sucessor, pouco antes de o líder venezuelano viajar a Cuba para se submeter a quarta cirurgia por conta de um câncer em dezembro do ano passado, recebeu a faixa presidencial e jurou "em nome da lealdade mais absoluta ao comandante Hugo Chávez que cumpriremos a Constituição com a mão dura de um povo disposto a ser livre".
Em seu discurso, Maduro também anunciou que Jorge Arreaza, ministro venezuelano da Ciência e marido da filha mais velha de Chávez, assumirá as funções de vice-presidente.
Juan Barreto/AFP | ||
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello entrega faixa presidencial a Nicolás Maduro, que assume como presidente interino |
O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, em seu discurso disse que a ocasião é "importantíssima" para a democracia venezuelana.
"Respeitamos a Constituição nas coisas que nos são boas e que nos são más e vamos respeitá-la a todo o momento".
De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro,Cabello deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.
Em janeiro, enquanto Chávez estava internado em Cuba --e impossibilitado de tomar posse-- o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) autorizou que a cerimônia acontecesse posteriormente, no próprio organismo.
Reeleito em 7 de outubro de 2012, Chávez deveria ter se apresentado para a cerimônia de posse no Legislativo em 10 de janeiro, como determina o documento.
Entretanto, uma vez que o TSJ avaliou que, ainda que sem posse, já há um novo mandato em vigor, coube ao vice-presidente, Maduro, assumir a presidência.
Durante sua fala, Cabello disse que, como Chávez já estava no poder há 14 anos, a posse de Maduro não é inconsitucional.
"Não acredito que os opositores não tenham se dado conta desse detalhe, porque tem 14 anos que eles atacam nosso líder", disse.
Maduro tem 30 dias para marcar a data da eleição, que é prevista para o fim de abril.
OPOSIÇÃO
A tomada oficial do poder foi criticada pelo opositor Henrique Capriles, que perdeu contra Chávez as eleições de outubro do ano passado.
Capriles qualificou o juramento de fraude, argumentando que segundo a Constituição a falta absoluta do falecido presidente deve ser coberta pelo chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
"Esse juramento que vai acontecer agora nas condições que estão querendo, esse é um juramento completamente falso. Ninguém elegeu Nicolás Maduro como presidente", disse ele em entrevista coletiva antes da posse de Maduro.
Agora a transição começou e as eleições vão decidir o rumo dos bolivarianos. Post e comente a temática! 09/03/13
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